Jesus acalma a tempestade

O Evangelho nos convida a sair da margem do medo, da insegurança, e a ter fé em Jesus nos momentos de aflição.
Liturgia diária Mc 4,35-41
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12º Domingo do Tempo Comum – Ano Litúrgico – B

Liturgia do dia 23 de junho de 2024

Façamos a oração do dia: Pai, concede-me uma fé profunda que permita manter-me sereno em meio às tribulações desta vida, certo de que está comigo o Senhor.

Encontros prontos de Catequese

PRIMEIRA LEITURA: Jó 38,1.8-11

Leitura do Livro de Jó

1 O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: 8 “Quem fechou o mar com portas, quando ele jorrou com ímpeto do seio materno, 9 quando eu lhe dava nuvens por vestes e névoas espessas por faixas; 10 quando marquei seus limites e coloquei portas e trancas, 11 e disse: ‘Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?'”

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

SALMO 107(106) 

 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
— Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!

— Os que sulcam o alto-mar com seus navios, para ir comerciar nas grandes águas, testemunharam os prodígios do Senhor e as suas maravilhas no alto-mar.

— Ele ordenou, e levantou-se o furacão, arremessando grandes ondas para o alto; aos céus subiam e desciam aos abismos, seus corações desfaleciam de pavor. 

— Mas gritaram ao Senhor na aflição, e ele os libertou daquela angústia. Transformou a tempestade em bonança, e as ondas do oceano se calaram. 

— Alegraram-se ao ver o mar tranquilo, e ao porto desejado os conduziu. Agradeçam ao Senhor por seu amor e por suas maravilhas entre os homens! 

SEGUNDA LEITURA:  2Cor 5,14-17

Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios

Irmãos: 14 O amor de Cristo nos pressiona, pois julgamos que um só morreu por todos, e que, logo, todos morreram. 15 De fato, Cristo morreu por todos, para que os vivos não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. 16 Assim, doravante, não conhecemos ninguém conforme a natureza humana. E, se uma vez conhecemos Cristo segundo a carne, agora já não o conhecemos assim. 17 Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho desapareceu. Tudo agora é novo.

– Palavra do Senhor.

– Graças a Deus.

EVANGELHO: Mc 4,35-41

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos 4,35-41

— Glória a vós, Senhor.

Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: “Vamos para a outra margem!” 36 Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37 Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38 Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” 39 Ele se levantou e ordenou ao vento e ao mar: “Silêncio! Cala-te!” O ventou cessou e houve uma grande calmaria. 40 Então Jesus perguntou aos discípulos: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” 41 Eles sentiram um grande medo e diziam uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” 

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Deus é o Senhor do mar. Do meio da tempestade, assim se revelou a Jó. Quem é este a quem obedecem até o vento e o mar? A forte ventania sacudia o barco, e Jesus dormia sobre um travesseiro. O barco está afundando, e ele não se importa? “Silêncio, cala-te.” Levanta-se o Senhor e repreende o vento e o mar.

O vento parou e o mar se acalmou. “Vocês são medrosos! Ainda não têm fé?” Jesus está presente. É preciso acreditar que ele é o Senhor do mar. “Ainda não tendes fé?” Se a tivéssemos, poderíamos dizer ao vento e ao mar: “Silêncio, cala-te!”? É Deus quem põe limites às forças da natureza.

Nós, por vezes, perturbamos a ordem do universo. Algumas vezes, usando para o bem a inteligência que Deus nos deu, somos capazes de evitar grandes males ou de corrigi-los depois de acontecidos. Podemos nos tornar novas criaturas com visão nova de tudo o que foi criado. Vivendo para Cristo e vendo com seus olhos pessoas e coisas, tudo pode se tornar novo. O que era antigo passou. Mar agitado pela tempestade. O vento sopra forte, tudo se agita, a frágil embarcação parece soçobrar. É um momento da história da nossa vida, é uma fase da história da Igreja e da humanidade.

Nossos corações desfalecem de pavor. Na aflição, gritamos ao Senhor e a tempestade se converte em bonança. É uma certeza. Já podemos agradecer a Deus por seu amor e pelas maravilhas operadas entre nós. Só não sabemos quando. Quando virá a bonança? Misturada ao som do vento e do mar agitado, ouvia-se a voz amedrontada dos discípulos: “Não te importa que estejamos perecendo?”.

No “Choro das Vagas”, meditava o poeta Alberto de Oliveira e dizia que “não é de águas apenas e de ventos, no rude som, formada a voz do Oceano: em seu clamor, ouço um clamor humano, em seus lamentos, todos os lamentos”. Jesus, tão sempre humano, se mostra irritado ao ouvir o clamor humano de seus humanos discípulos, ou se trata de uma palavra enérgica para afugentar o medo e fazer surgir a fé? “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”

É preciso superar o medo e atravessar a tempestade, enfrentando-a com a força da fé. No barco da caridade, remando com fé e esperança, dois remos fortes, que se chamam “crer e agir”, impulsionam o barco da nossa existência até o porto seguro. Quem é este a quem obedecem até o vento e o mar? O mar e o vento lhe obedecem. Podemos também lhe obedecer firmados na confiança. Ele é o caminho, a verdade e a vida, é o caminho verdadeiro que leva para a vida. Em verdade, o que nos parece muito real é a dor que sentimos aqui e ali, neste ou naquele momento. O resto soa-nos como palavras de consolo.

No entanto, quantas vezes ouvimos de sua boca: “Tua fé te salvou!”. Não é, pois, uma simples palavra de consolo que ressoa em nossos ouvidos, e sim um forte apelo para uma adesão de fé em Jesus Cristo. Não desanime nem desista! Se a tempestade o leva até o fundo do mar, lembre-se do profeta Jonas, que desceu até as bases das montanhas, no fundo das águas, e lá se encontrou com Deus, que o pegou e o levou de volta à superfície. Jonas estava fugindo de Deus e com Deus se encontrou no termo da sua fuga.

Não houve punição. Deus o pegou com carinho e levou-o de volta à superfície das águas. Apenas exigiu mais uma vez que cumprisse a sua missão, e ele foi a Nínive! No meio da tempestade, o amor de Cristo nos impele. O que era antigo passou. Agora tudo é novo. Já não conhecemos ninguém à maneira humana. Conhecemos à maneira divina, que é a fé. Pode parecer que Jesus esteja dormindo. De fato, está desperto e presente em cada ser humano.

LEITURA ORANTE

Oração Inicial

“Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?” O Evangelho nos convida a sair da margem do medo, da insegurança, e a ter fé em Jesus nos momentos de aflição.
Oremos: “Divino Espírito Santo, amor eterno do Pai e do Filho, fortalece minha fé para que ela seja maior do que minhas aflições. Amém.”

Criador inefável, tu que és a fonte verdadeira da luz e da ciência, derrama sobre as trevas da minha inteligência um raio da tua claridade. Dá-me inteligência para compreender, memória para reter, facilidade para aprender, sutileza para interpretar, e graça abundante para falar.

Leitura (Verdade)

Faça a leitura do Evangelho lenta e atentamente, quantas vezes julgar necessário, e destaque os atitudes e palavras de cada personagem. Como se comportam os discípulos e como se comporta o mestre. Observe as palavras, os gestos, as ações e os sentimentos, etc. de cada um.

Marcos procura ajudar a compreender que o medo enfraquece a fé. O medo cria ilusões, agita-nos e impede a confiança nos cuidados que Deus tem por nós. É Jesus quem ordena alcançar a outra margem. Mesmo assim, o perigo amedronta os discípulos, porque eles ainda não têm clareza sobre a identidade de Jesus: “Quem é este…?”. Quantas crises e aflições Deus permite para que mudemos de atitude, de comportamento, e cresçamos na intimidade com ele? É a pedagogia do fortalecimento na fé. Porque, mesmo com Jesus em nossa barca, teremos que enfrentar as fragilidades e os limites próprios da travessia humana. Onde há a presença do Senhor da Vida, não há motivo para o medo, pois ele venceu o mundo e a morte.

Meditação (Caminho)

Nosso barco nem sempre está preparado para aguentar os balanços da vida e suportar o medo das tempestades. Nestas horas, temos confiança do Senhor? Confiança baseada na fé de que Deus habita em nosso ser e ele tem todo o poder e o amor para nos salvar?
A fé nos pede, sim, que compreendamos os fatos e acontecimentos de nosso mundo com a confiança de que o Senhor Jesus, que deu a vida por nós, jamais será indiferente à realidade de nossa vida e da História humana. Como está a maturidade de sua fé? Deixe seu coração responder a esta pergunta de Jesus: “Por que és medroso/a? Ainda não tens fé?”

Oração (Vida)

Fale com o Senhor dos seus medos e fragilidades. Desperte o Senhor como fizeram os discípulos e deixe que Ele fale contigo…

“Meu Deus, Verdade das verdades, concede-me inteligência para conhecer-te, diligência para te procurar, sabedoria para te encontrar, uma boa conduta para te agradar, confiança para esperar em ti, constância para fazer a tua vontade.
Orienta, meu Deus, a minha vida, concede-me saber o que tu me pedes e ajuda-me a realizá-lo para o meu próprio bem e de todos os meus irmãos.” Amém! ( S. Tomás de Aquino)

Contemplação (Vida e Missão)

A Palavra deste dia falou ao seu coração, tocou sua vida? Guarde tudo o que o Senhor, por meio da Palavra, o/a chama a viver neste dia.

Bênção

“Procurem aperfeiçoar-se, exortem-se mutuamente, tenham um só pensamento, vivam em paz. E o Deus de amor e paz estará com vocês. Saúdem uns aos outros com beijo santo (…). A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês.

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