Quem pode ser missionário?

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Todo cristão, não só pode, mas deve ser missionário.

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A primeira vista, a resposta é óbvia: Muito poucos, pois a maioria, devido ao próprio estado ou circunstâncias da vida, não pode deixar seus compromissos e ocupações e partir para as terras de missão.
No entanto, o Concílio Vaticano II, após dedicar um longo parágrafo da Constituição Luz dos Povos à índole missionária da Igreja (n. 17), explicita no Decreto sobre as Missões: "Como membros de Cristo vivo, a Ele incorporados e configurados pelo Batismo... todos os fiéis são obrigados ao dever de cooperar na expansão e dilatação de seu Corpo para o levarem quanto antes à plenitude (AG36)..

Portanto, todo cristão, não só pode, mas deve ser missionário. O que faz muitas pessoas restringir o conceito de missão a determinadas regiões ou atividades é julgar que ela se dirige apenas aos que nunca ouviram pregação do Evangelho , e esquecer que o Reino de Deus não se propaga somente com o exercício da atividade missionária.

Exige, antes de tudo, a ação do Espírito Santo, como nos recorda João Paulo II: "O Espírito Santo é o protagonista de toda a missão eclesial" (RM 21). O que já fora lembrado anteriormente por Paulo VI: Nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo" (EN 75). E essa atuação deve ser conseguida pela oração.
Só assim podemos entender porque o Papa Pio IX em 14 de Dezembro de 1927 declarou padroeira principal de todos os missionários e missionárias, Santa Teresinha do Menino Jesus, humilde religiosa carmelita que, embora acalentasse o desejo de ir para as Missões da Indochina, devido à sua saúde precária, nunca pôde sair de seu convento de Lisieux.

Seu coração ardia de zelo missionário, como ela mesma exprime em sua auto-biografia: " Eu quisera ser missionária, não somente durante alguns anos, mas quisera ter sido desde a criação do mundo e sê-lo até à consumação dos séculos".

Esse élan missionário era o objeto de suas orações e por ele oferecia os terríveis sofrimentos que teve de suportar, especialmente nos últimos anos de sua breve existência. Na medida do possível, procurava ainda corresponder-se com vários missionários.

Teresa não foi a única missionária que nunca esteve em campo de missão. Houve alguém mais importante do que ela: Maria, a mãe do Salvador, que é saudada, no Decreto sobre as Missões, como Rainha dos Apóstolos (AG 42).
Certamente, às suas orações no Cenáculo se deve à profusão do Espírito que transformou aqueles fracos e inseguros discípulos de Jesus em corajosos Apóstolos. Como afirma Paulo VI: "Não foi senão depois da vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, que os apóstolos partiram para todas as partes do mundo afim de começarem a grande obra de evangelização da Igreja" (EN 75)

Portanto, para todos os cristãos, mesmo que impossibilitados de partir para as "terras de missão", há inúmeras maneiras de cumprir seu dever missionário. Além de oferecer para isso suas orações e sofrimentos, podem ajudar as obras missionárias, a imprensa missionária e as congregações missionárias que têm grande dificuldade de realizar suas tarefas evangelizadoras, por falta de meios econômicos.

Não podemos também deixar de lembrar que, mesmo em nossos ambientes, ditos "católicos", há muita necessidade de um trabalho de evangelização que facilmente podemos assumir, desde que tenhamos uni pouco de zelo pelo Reino de Deus. É nesse campo imenso que se destaca a legião de Maria.

Dom Mário Teixeira Guarcel, SDL
Revista de Aparecida – Campanha dos Devotos