Na grande pluralidade de realidades, propostas de valores, desafios e impasses da humanidade, apresentam-se também perspectivas salutares para que todos percebam a necessidade de união. Pode-se, assim, trilhar um caminho de promoção da vida de sentido para todos. As ofertas e propostas são muitas. Experiências em todos os sentidos, como as religiosas, apresentam indicativas para a superação dos limites humanos e a união de esforços para se conseguir uma vida de qualidade e mais realização humana. Vemos, muitas vezes, o ser humano bastante sem rumo, empurrado por enganos, divisões e interesses manipuladores da consciência do bem individual e social.

Com tantas propostas e condicionamentos, muitos ficam à mercê do desvario, sem saber fazer escolha de verdadeira realização humana. Como num rebanho disperso, há necessidade de quem se torne pastor, encaminhando as ovelhas por caminho e pastagem seguros. O ser humano sozinho roda em volta de si mesmo, como em verdadeira curva, na busca da própria realização. Não consegue atingir seu ideal, que vai além de si. Buscá-lo requer atenção, boa vontade, esforço e cooperação para uma caminhada em conjunto.

Lideranças se apresentam, confundindo, não raro, o rumo a se tomar. Até nas propostas políticas se configuram freqüentemente encaminhamentos contrários ao bem das pessoas já fragilizadas pelos próprios limites. Jesus quis vir, feito humano, para nos ensinar, de modo igualmente humano, o caminho de superação de nossos limites. Nas divisões, na busca de interesses egoístas, no fechamento de si mesmo, na omissão para o serviço ao outro, na religião de cunho puramente vertical ou intimista, ou puramente horizontal, na falta de solidariedade, de diálogo, de justiça e de promoção do bem comum, não é possível cada um encontrar a estrada segura de desenvolvimento da própria vida.

O Bom Pastor mostra como fazer para o rebanho não ser dizimado e morto pelos inimigos. Forma um grupo dos que aceitam o chamado para pastorearem com ele e para se encarregarem de conduzir o rebanho de sua pertença. Dá-lhe o poder de encaminhar com segurança suas ovelhas. Quer o bem de todas. Mas tais pastores precisam estar unidos para ajudarem o rebanho a viver em união. Jesus encarrega Pedro de apascentar em seu nome. 'Apascenta as minhas ovelhas' (Jô 21, 17). O Mestre sabe de nossas deficiências, mas recomenda união para sermos um só rebanho!

É um dom precioso nossa união para formarmos um só rebanho. Iniciativas acontecem com abertura sincera de uns para com os outros. Diferenças não significam necessariamente rupturas. É muito importante unirmos esforços para compreendermos as diferenças e superarmos as rupturas. O trabalho humilde, paciente, confiante e fraterno do diálogo e da união de esforços para assumirmos melhor os pontos de convergência vão nos colocando na marcha com o Bom Pastor. Assim iremos com ele a lugares seguros da realização de todos, dentro do projeto de Deus.