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As opções na vida dependem dos pendores naturais e das influências históricas e ambientais, que influenciam em todos. Fica a interrogação: o que escolher?
Apesar dos condicionamentos pessoais e sociais, a percepção de valores estimulam as escolhas. Mesmo tendo-se capacidade para o exercício de uma ou outra função, a pessoa pode pesar e medir o que é mais conveniente para a realização de um ideal de vida. Precisamos apresentar meios de educação para valores, para um discernimento adequado à realização humana em suas escolhas não só de profissões, mas também de comportamento mais adequado à sua humanização e realização de um ideal elevado. Quanto mais a pessoa se prepara e se exercita para a conquista disso, mais facilidade vai encontrar na aproximação da mesma.
Deus deixou inoculado naturalmente em todo o ser racional o desejo de realização ou felicidade. O desafio é saber como atingir tal escopo com êxito, usando meios adequados para isso. Jesus apresenta a necessidade de renúncias, sacrifícios, ascese ou exercitação na prática do bem, sabendo-se dominar os apetites instintivos para se conseguir o "grande tesouro" da realização na vida. Esse caminho é mais estreito e exigente. Inclui o ser senhor da própria vontade para se querer realizar um projeto de vida com o objetivo da conquista do tesouro do Reino de Deus. Ele se firma nesta caminhada do tempo presente e desemboca na vida eterna. Viver no horizontalismo dos próprios instintos, e seguindo a propaganda do consumismo, a pessoa não consegue realizar esse intento. O caminho que leva à realização plena é exigente e requer contínua atenção e esforço. Aquele que conduz à perdição é largo e leva a pessoa a deixar-se dominar pelos instintos animalescos. Assim, a droga, os vícios, as injustiças, o egocentrismo, as rivalidades, as desonestidades, a lassidão moral, a corrupção, o desprezo aos mais frágeis e deserdados do aconchego justo na sociedade são próprios de quem não escolhe a melhor parte na vida.
Jesus fala da graça divina outorgada a quem na vida deixa até o lícito para se consagrar a um estado de vida mais singular e meritório diante de Deus e dos homens: "Então Pedro tomou a palavra e disse: Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. O que vamos receber?' Jesus respondeu: '... E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos, campos, por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais e terá como herança a vida eterna'" (Mateus 19,27.29).
Impedir a juventude de optar por algum caminho só para ganhar mais dinheiro, con-trariando uma escolha mais atinente com o ideal de vida para melhor servir a coletividade com os pendores recebidos de Deus, seria de frustração para todos. As melhores escolhas na vida são as fundamentadas nos valores divinos já presentes nos talentos individuais e explícitos também na prática e nos ensinamentos do Filho de Deus.
Dom José Alberto Moura
Arcebispo de Montes Claros (MT)
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