Especial - A Bíblia
 
Apocalipse: a Revelação
Enviado por: Eldécio Luiz da Silva
Cursando Teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário
Diocese de Caratinga do regional Leste II Paróquia Divino - MG.
 
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Ao abrir o Apocalipse ficamos impressionados. Muita gente se assusta e desiste. Alguns pensam que o fim do mundo está perto. Outros utilizam este livro para condenar pessoas e religiões. Outros, ainda, acham que o livro aconselha os empobrecidos a desistir da luta, pois é só na outra vida é que as coisas poderão ser mudadas.

Etimologicamente, o vocábulo apocalipse vem do grego apokalyptein, que significa “tirar o véu”; um apocalipse é uma revelação. A literatura apocalíptica, portanto, vincula-se a tradição profética, da qual constitui um desenvolvimento particular. Sua influência na literatura bíblica e parabíblica manifesta-se especialmente a partir do séc. II a.C, mas já s e encontra antecipações em Ezequiel, Joel, Zacarias e Isaías.

Para podermos interpretar bem o Apocalipse é preciso que nos situemos dentro de uma corrente da literatura apocalíptica que floresceu entre os séculos II a.C a I a.C.

O caráter revolucionário e subversivo dos textos apocalípticos obrigava seus autores a utilizar uma linguagem críptica, cifrada, inteligível somente para os membros da respectiva comunidade, mas não para os espiões e censores do Império do momento, no caso do Apocalipse o Império Romano.

A linguagem simbólica é um dos aspectos mais específicos da literatura apocalíptica e contribui para convertê-la em literatura cifrada, no Apocalipse as imagens são tomadas, freqüentemente, do AT.

Os símbolos podem conter imagens complicadas freqüentemente barrocas, tiradas da natureza (animais e plantas) ou da arte (estátuas, pensar em Dn). De fato, o ponto de partida do simbolismo apocalíptico é o sonho, que no mundo bíblico é interpretado como uma revelação de Deus.

A linguagem simbólica, além de ser mais sugestiva, tem a vantagem de universalizar a mensagem, pois é válida pra todas as épocas.

As cores também são simbólicas:

- O branco: significa vitória ou glória dos eleitos que participam da vida de Deus, a eternidade do personagem.

- O vermelho fogo: sangue, assassinato, violência

-  A serpente: diabo= diablos=divisão.

-  Cavalo de cor preta: o sofrimento que a inflação comporta.

-  Cavalo esverdeado: símbolo da morte e da peste.

-  Chifres: poder.

Todos os símbolos têm para o autor uma função eminentemente religiosa-política.

Os números são uma das chaves fundamentais para interpretar o pensamento apocalíptico e põem em realce a sistematização própria do gênero. O nº 7 aparece 54 vezes, o 12 aparece 23 vezes, o 4 aparece 16 vezes, o 3 aparece 11, o 10 encontra-se 10 vezes, o 1000 aparece 6. Com isso indica a certeza de que Deus governa o mundo.

No livro o 7 é o mais importante, significa plenitude. O 3 também é plenitude que é somente usado para Deus, o 4 representa o mundo criado, os 4 pontos cardeais.  

E quanto ao nº 666, o nome do imperador Nero em hebraico representado pelas letras/números é:

N = 50
R = 200
W = 6
N = 50
O = 100
S = 60
R = 200
       666

O livro está assim dividido:

Prólogo: ( 1,1-3)

I Parte: (1,4-3,22)

Saudação às comunidades em forma de dialogo: 1,4-8.

Experiência de Jesus ressuscitado: 1,9-20.

7 cartas às 7 comunidades: 2,1-3,22.

II Parte: (4,1-22,5).

1ª seção (4,1-5,14) → Seção introdutória: o trono, o cordeiro, o livro com 7 selos são os pontos importantes.

2ª seção (6,1-7,17) → Seção
dos selos: abertura dos 4 primeiros selos, clamor dos mártires (5º selo) e resposta de Deus ao clamor ( 6º selo).

3ª seção (8,1-11,14) → Seção das trombetas:o toque da trombeta anuncia o julgamento de Deus .

4ª seção (11,15-16,16) → Seção dos três sinais: 1º sinal ( mulher, 12,1), 2º sinal (dragão 12,3), 3º sinal (os 7 anjos com as 7 pragas 15,1).


5ª seção (16,17-22,5) → Seção conclusiva: Cristo julga e vence as forcas do mal e prepara a vitória das comunidades – esposa do Cordeiro.

Epílogo: (22,6-21).

O apocalipse mostra que nossa história e caminhada têm um final feliz. Já que nas primeiras palavras se fala de uma época que está acabando para dar início a novo céu e nova terra. É o sonho das comunidades; é sua esperança que vai abrindo espaços pr meio da resistência, denuncia, celebração e martíria.



 
 
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