Especial - A Bíblia
 
O Novo Testamento
Enviado por: Eldécio Luiz da Silva
Cursando Teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário
Diocese de Caratinga do regional Leste II Paróquia Divino - MG.
 
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Veremos a situação da Palestina na época de Jesus para entendermos o contexto em que  foi escrito o NT.

Situação política – A Palestina se encontra sob a dominação dos romanos desde 63 a.C. O rei Herodes conseguiu reunificar o reino, mas sempre sob a dominação de Roma.

À morte de Herodes, seu reino será dividido em várias províncias, governadas por três de seus filhos. A partir do ano 6 da nossa era, a província da Judéia é administrada por um procurador romano: de 26 a 36 é Pôncio Pilatos.         

Os judeus suportam com dificuldade essa ocupação romana. Em 66, revoltam-se. Após um demorado assédio, Tito, o futuro imperador, toma Jerusalém em 70. O templo é destruído. Uma nova revolta, em 135, resultará na total destruição de Jerusalém.

Classes sociais:

O povo simples vivia pobremente da lavoura e da criação de animais e da pesca no lago da Galiléia. É, às vezes, chamado, com desprezo, “o povo da terra”, porque pouco conhece da Lei.

A classe média, composta sobretudo de artesãos e comerciantes ou de proprietários de imóveis, é pouco conhecida.

Os escribas ou doutores da Lei, na maior parte leigos, consagram sua vida ao estudo da Escritura, exercendo ao mesmo tempo uma profissão. Sua influência é muito grande. A maioria deles são fariseus.

Entre os sacerdotes devemos distinguir a casta dos chefes dos sacerdotes, em Jerusalém, aristocracia muito ciosa de seus privilégios. Os sacrifícios no templo, o comércio das peles, principalmente, garantem sua fortuna. São sobretudo saduceus e pouco estimados pelo povo. Os cerca de 18.000 sacerdotes e levitas (ou servidores do templo), pelo contrário, disseminados pelo país, são geralmente pobres e muito próximos do povo humilde.

Os publicanos recolhem os impostos para os romanos. São mal vistos por colaborarem com o inimigo e se enriquecem freqüentemente nas costas do povo, aumentando seus impostos.

Grupos religiosos.

Os fariseus representam a verdadeira fé judaica. São muito santos e praticam a Lei com dedicação. A tentação que os espreita (como a todos os crentes) é de se apoiar sobre a própria santidade e méritos para se apresentar diante de Deus. São admirados pelo povo simples. São anti-romanos.

Os saduceus, conservadores, só reconhecem como Escritura o Pentateuco, não acreditam na ressurreição. São de preferência pró-romanos.

Os essênios são uma espécie de monges que vivem em comunidade, em Qumrã, às margens do Mar Morto, orando e meditando as Escrituras. Foi descoberta sua biblioteca em 1947.

Os samaritanos, separados dos judeus há muitos séculos, de raça muito misturada, são mal vistos pelos verdadeiros judeus, que suspeitam da sua fé.

Grupos políticos

Os herodianos são poucos conhecidos. Sem dúvida, trata-se de partidários de Herodes Antipas (rei da Galiléia de 6 a 39) e apóiam o ocupante romano.

Os zelotes só constituirão um grupo determinado antes da revolta de 66, da qual serão os principais responsáveis.

Ambiente apocalíptico
A corrente apocalíptica era uma das principais no ambiente religioso no séc. I a. C. e séc. I d. C. Vice-se na expectativa do fim dos tempos: Deus vai finalmente pôr um termo na história, estabelecendo seu Reino. Esta expectativa difusa comporta muitos matizes. Para muitos, esta vinda do Reino se fará pela intervenção do Messias (ou Cristo), que expulsará os romanos e restabelecerá Israel em seu poder político.
O NT não surgiu pronto e completo no início do cristianismo, sua formação pode ser resumida em três etapas:

- registro da vida e pregação de Jesus: Jesus não escreveu, tudo o que sabemos dele foi seus amigos que escreveram. Embora soubesse escrever, Ele era o homem mais da fala e da ação do que da escrita.

- registro do ensino oral dos apóstolos:
os apóstolos começaram a pregar, transmitiam oralmente o que Jesus tinha feito e ensinado, as comunidades começaram a resumir e guardar tudo de mais importante, e colocar em prática o que era falado.

- fixação da pregação dos apóstolos:
a comunidade ia repetindo, contando e registrando e resumindo o que os apóstolos falavam e faziam, com isto ia se emoldurando os 27 livros que formam o NT.
        
Nenhum escrito do NT contém notícias com respeito a data de sua redação.

O NT fala da personalidade histórica de Jesus, mas não se pode resumí-lo somente a isso. O que interessava aos apóstolos na sua pregação e aos escritores neotestamentários na sua obra escrita, era o anúncio de uma mensagem de salvação. Estes escritos querem levar a uma tomada de posição, a um amadurecimento da fé.

O NT divide-se assim:

Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João.

São os quatro livros que vêm logo no começo do nosso NT. A palavra Evangelho quer dizer: Boa Nova, Boa Notícia.

Os Evangelhos proclamam como Boa Nova que Jesus é o Cristo, Salvador. Narram as ações e palavras de Jesus, mas do jeito como as diversas comunidades cristãs as refletiam. Assim temos, nos 4 Evangelhos, pontos de vista diferentes sobre a vida e a mensagem de Jesus.

Eles foram escritos bem depois das cartas de São Paulo, portanto o ambiente no qual eles surgiram constituem a Palestina, na Ásia Menor, na Grécia ou na Itália.

História dos Apóstolos: Atos dos Apóstolos.

É um livro escrito por Lucas, o autor do 3º Evangelho. Ele narra a vida dos apóstolos, especialmente de Pedro e Paulo, suas atividades e pregações, desde a ressurreição de Jesus até a chegada do Evangelho à capital do Império – Roma.

Descreve também um pouco da vida das primeiras comunidades cristãs, para apresentá-las como modelo a ser seguido também pelos cristãos de outras épocas.

3) Leitura epistolar:são as cartas e epístolas endereçadas às comunidades.

São atribuídas a Paulo 14 cartas, entretanto ele escreveu 7: 1º e 2º Rm, 1º e 2º Cor, Gl, Fl, 1º Ts; as outras podem ter sido escritas por seus discípulos.

Das 14 cartas, 9 são atribuídas às comunidades cristãs: Rm, 1º e 2º Cor, Gl, Ef, Fl, Cl, 1º e 2º Ts.

Três são dirigidas aos líderes ou pastores das comunidades, por isso são chamadas cartas Pastorais: 1º e 2º Tm e Tt.

Há ainda uma carta dirigida à um cristão chamado Filêmon.

A última carta é dirigida em geral aos hebreus.

Ainda há 7 cartas católicas, que são destinadas a todas igrejas cristãs: Tg, 1 e 2 Pd, 1,2 e 3 Jo, Jd.

As cartas são mais antigas que os Evangelhos, a mais antiga e o mais antigo livro do NT é a carta aos Tessalonicenses.

4) Apocalipse:este livro é atribuído a João. O autor desse livro deseja sustentar a fé dos primeiros cristãos e encorajá-los a suportar com firmeza as primeiras perseguições, principalmente as de Nero e Domiciano.
O autor usa linguagem simbólica, mas que é entendida pelos cristãos, não anuncia desgraça e não é um livro de mistérios, pelo contrário, é um livro que conforta e dá coragem. É o último livro da Bíblia.



 
 
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