Especial - A Bíblia
 
Celebrar a libertação que Deus concede
Enviado por: Eldécio Luiz da Silva
Cursando Teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário
Diocese de Caratinga do regional Leste II Paróquia Divino - MG.
 
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A grande experiência do povo foi: Deus nos libertou! Somos o povo de Deus (Ex 19,4-6). Por causa disso, tudo que aconteceu era visto à luz dessa fé fundamental. Deus estava presente em tudo, orientando tudo para o bem do seu povo. Assim viu-se a orientação de Deus na astúcia humana que levou o povo a escolher um caminho menos perigoso em direção ao Mar Vermelho (Ex 13,17-18). Viu-se o dedo de Deus no vento forte que soprou a noite toda, levantando uma nuvem escura de areia (Ex 14,20-21) e facilitando assim a fuga, pois a maré era mais baixa e a tempestade de funcionava como uma espécie de cortina de fumaça que protegia a retirada.

As pragas da natureza que costumam acontecer no Egito ajudaram a criar um clima geral de confusão que favoreceu a fuga para a liberdade. Vistas à luz do raio-X da fé, elas se tornaram, para Moisés e para os hebreus, uma revelação da ação libertadora de Deus. O povo e seu líder souberam captar os “sinais dos tempos” e corresponder, com toda a fidelidade, usando até artifícios estratégias à realização do objetivo de Deus.

Tudo isso acontecer na noite de Páscoa. A páscoa era uma festa pastoril da primavera: passava-se sangue de um cabrito nas portas para se defender contra a influência dos maus espíritos. Por isso, nos anos seguintes, a Páscoa deixou de ser uma festa contra os maus espíritos, para tornar-se um “memorial” da libertação: recordava o que Deus tinha feito, oferecia ao povo uma oportunidade, cada vez renovada, para “engajar-se”, ano após ano, no projeto de libertação em andamento, e mantinha no povo a esperança da libertação total do futuro. Por isso, a vida daquele que crê em Deus e na sua promessa chama-se às vezes “vida pascal”, isto é, uma vida que passa sucessivamente da opressão para a liberdade. A páscoa de Cristo foi a verdadeira páscoa, enquanto passou da morte para a vida que dura sempre junto a Deus, onde, no contato com Ele, existe a verdadeira liberdade.

O esforço de libertação e a preocupação de celebrar essa vitória foram o que mais caracterizou a história daquele povo.



 
 
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