O livro de Números |
Enviado por: Eldécio Luiz da Silva
Cursando Teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário
Diocese de Caratinga do regional Leste II Paróquia Divino - MG. |
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Na Tradição hebraica, esse livro é denominado Deserto, justamente porque narra a travessia do deserto pelos israelitas. Porém na tradução grega, recebeu o nome de Números por causa dos recenseamentos apresentados, sobretudo nos capítulos 1-4 e 26.
O livro está intimamente unido aos livros do Ex e do Dt, a unidade do livro se deve ao quadro geográfico, isto é, o deserto entre o monte Sinai e as estepes da região de Moab, começa com uma indicação cronológica.
Descreve os últimos vinte dias passados no monte Sinai, os trinta e oito anos no deserto perto de Cades Barnéa e os seis meses na região de Moab.
Os últimos acontecimentos no monte Sinai antes da partida são o recenseamento dos homens aptos para a guerra; a disposição das várias tribos no acampamento; uma série de prescrições sobre os levitas e outras leis; a celebração da páscoa; a apresentação da nuvem que cobre o tabernáculo. Logo depois, começa a marcha pelo deserto sob a direção do sogro de Moisés, que conhecia bem a região, pois era morador do Sinai.
A seguir, o livro apresenta as murmurações e lamentações do povo pelas dificuldades da viagem. Depois apresenta uma série de prescrições sobre as ofertas de alimento em alguns sacrifícios e sobre a violação do Sábado.
Em seguida narra a historia do adivinho Balaão que ao invés de amaldiçoar, bendiz o povo de Israel; depois a idolatria dos israelitas provocada pelas mulheres de Moab e Madian, o castigo divino e o zelo de Finéias, neto de Aarão. É feito um novo recenseamento para dividir a terra prometida. Depois narra a história de Josué, a vitória sobre os madianitas, a divisão da Transjordânia, a retrospectiva das etapas do caminho pelo deserto, divisão de Canaã, termina dando disposições sobre as cidades refúgios para os homicidas e sobre a herança das mulheres casadas.
O livro pode ser dividido em três partes, tendo como base os três principais lugares onde os israelitas acamparam: o monte Sinai (aproximadamente 20 dias), Cades Barnéa (38 anos) e as planícies de Moab (mais ou menos 6 meses):
1a – Parte: Nm 1-10,10 – no monte Sinai.
2a – Parte: Nm 10, 11-21 – no deserto entre o monte Sinai e a região de Moab.
3a – Nm 22-36 – nas planícies de Moab.�����������
O livro apresenta o Israel do deserto como Israel ideal. Mas nem por isso deixa de narrar as revoltas sob as mais variadas formas: murmurações, desânimo, rejeição da mediação de Moisés, descrença, etc. Na teologia do autor, o deserto é o lugar em que Deus habita e caminha com seu povo, mas é também o lugar do pecado, da ingratidão, da revolta contra Deus.
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