Liturgia Dominical
Festa do Batismo do Senhor - B
Por: Padre Wagner Augusto Portugal
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"Batizado o Senhor, os céus se abriram e o Espírito Santo pairou sobre ele sob forma de pomba. E a voz do Pai se fez ouvir: Este é o meu Filho muito amado, nele está todo o meu amor." (Mt 3,16-17).

Meus irmãos,

Vivemos, hoje, a transição entre o Tempo do Natal e o Tempo Comum. Vamos sair de um tempo do tempo extraordinário destinado à festa e adentrar no tempo das coisas cotidianas, do dia-a-dia de nossa vida.

Neste novo período do ano litúrgico que começamos, somos convidados a refletir sobre o início da atividade evangelizadora de Nosso Senhor Jesus Cristo, a partir de Sua revelação como “Filho de Deus”, numa alusão à nossa filiação divina.

A liturgia gravita neste domingo em torno do FILHO DE DEUS.
A reflexão da leitura dos profetas, retirada de Isaías, descreve o homem justo que animou o povo judeu durante o exílio na Babilônia(cf. Is 42,1-4.6-7) O canto de hoje nos fala da eleição do servo querido de Deus, para levar ao povo, e mesmo aos gentios, a verdadeira religião. Verdadeira religião que é o verdadeiro conhecimento de Deus, da Sua misericórdia e da fidelidade de suas promessas para com o seu povo. Um Deus misericordioso para com seus filhos e um Deus fiel que sempre está pronto para fazer com o seu povo uma aliança, restaurando a paz e a felicidade de todos aqueles que se encontram oprimidos e à margem da sociedade.

Irmãos e Irmãs,

Por que Jesus pediu o batismo a João?

Esta interrogação é necessária para nos esclareça e conscientizemos de que Jesus pediu o batismo ao Batista para assumir toda a nossa humanidade, a nossa condição humana. Batizando-se, Jesus participa da condição de pecadores. Jesus não pagou pecados seus, mas os pecados nossos, dos homens e das mulheres: “Carregou os nossos pecados em seu corpo sobre o madeiro” (1Pd 2,24).

O Batismo e a Fé são colocados desde os tempos apostólicos como condições essenciais para participar da salvação. Por isso, o batismo de Jesus é como sua investidura pública, sua consagração para a missão messiânica. Essa investidura pública conhecerá o seu ápice com a paixão, morte e ressurreição. O batismo inaugura o caminho da Cruz, que é parte integrante da missão do Cristo.

Hoje somos convidados a refletir que Jesus sai da água como o novo Moisés, para constituir o novo povo eleito, a nova e eterna aliança, para dar a todos os povos a liberdade e instituir o Reino prometido. Tudo isso nós refletimos no trecho de Isaías, que faz uma alusão à água para expressar a abundância dos novos tempos que serão instaurados pelo Cristo Senhor, como uma vida nova, tempo de paz e de prosperidade.

Jesus é a água viva, ou melhor, a fonte da água viva (Jr 2,13). Nós nascemos das águas do batismo e passamos a vida retornando à mesma fonte, na busca constante do rosto do Senhor Deus. Este retorno nos é lembrado sempre que entramos na igreja e nos benzemos com água benta, ou quando temos o ritual da aspersão durante as celebrações.

A Santa Mãe Igreja nos relembra hoje o início da missão de Jesus ou, se assim podemos dizer, o começo de sua missão evangelizadora.

Jesus a começa com o batismo no Jordão. O Batismo de Jesus é como sua investidura pública, sua consagração para a missão messiânica, que será coroada com sua paixão, morte e ressurreição. O batismo inaugura, por assim dizer, o caminho da cruz, que é parte integrante da missão do Cristo. Jesus sai da água como o novo Moisés para constituir o novo povo de Deus, a nova aliança, para dar a todos a liberdade e a Terra Prometida. Não é a água do Jordão que purifica Jesus. É Jesus que santifica a água, como símbolo a vida. Nós nascemos das águas do batismo e passamos a vida retornando à mesma fonte.

O BATISMO nos torna filhos e filhas de Deus. Por meio dele, a Igreja nos acolhe como filhos e filhas. O Direito Canônico nos ensina que todos nós nos tornamos cidadãos do céu, com direitos e deveres, a partir do batismo, que é o pórtico de entrada na fé católica, apostólica e romana, por isso São Paulo nos ensina: “Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo... e sois um em Cristo Jesus” (Gl 3,27-28). Pelo batismo nos tornamos raça eleita, sacerdotes reais, nação santa e povo de propriedade do Senhor (1Pd 2,9).

Caros irmãos,

Os Atos dos Apóstolos são como uma catequese como os discípulos assumiram o projeto de Jesus. A segunda leitura de hoje – At 10,34-38 – nos apresenta a atividade missionária de Pedro na planície do Sharon (cf. At 9,32-11,18) – isto é, na planície junto da orla mediterrânica palestina. Em concreto, o texto propõe-nos o testemunho e a catequese de Pedro em Cesareia, em casa do centurião romano Cornélio. Convocado pelo Espírito (cf. At 10,19-20), Pedro entra em casa de Cornélio, expõe-lhe o essencial da fé e batiza-o, bem como a toda a sua família (cf. At 10,23b-48). O episódio é importante porque Cornélio é o primeiro pagão cem por cento a ser admitido ao cristianismo por um dos Doze: significa que a vida nova que nasce de Jesus se destina a todos os homens.

A salvação oferecida por Deus e trazida por Cristo é universal e se destina a todas as pessoas, sem distinção de qualquer tipo (cf. At 10,34-36). Israel foi, na verdade, o primeiro receptor privilegiado da Palavra de Deus; mas Cristo veio trazer a “boa nova da paz” (salvação) a todos os homens; e agora, por intermédio das testemunhas de Jesus, essa proposta de salvação que o Pai faz chegar “a qualquer nação que o teme e põe em prática a justiça” – ou seja, a todo o homem e mulher, sem distinção de raça, de cor, de estatuto social, que aceita a proposta e adere a Jesus.

Irmãos e Irmãs,

O espírito da liturgia de hoje nos leva a ver no homem de Nazaré o servo e filho de Deus, enviado para aliviar a opressão de seu povo e ser, assim, um testemunho da graça de Deus para todas as nações, filho bem amado de Deus, luz para todos os povos. E é com este espírito que ele inicia a sua vida pública.

Todos somos convidados a assumir nosso batismo e buscar com perseverança a mesma coerência entre as palavras e a prática de Jesus. Todos devemos descobrir que o batismo nos insere na grande família, que pode nos levar a descobrir o sentido da vida, tão nebuloso no contexto de hoje. Apontando caminhos de superação das mais diversas formas de desesperanças presentes na sociedade atual, combatendo o secularismo e o hedonismo, vamos construir a sociedade eclesial da esperança em que, pelo batismo, não nos tornemos mais um, mas o verdadeiro fiel, o seguir católico do Senhor da Vida, que se batizou para assumir nossos pecados.

Em nossas comunidades devemos dar maior atenção a catequese preparatória para o batismo. Não apenas um “cursinho” de duas horas em preparação ao batismo, mais uma catequese e que procure envolver os pais que serão os transmissores da fé aos seus filhos, para que estes sejam efetivamente educados em nossa fé.

Batismo é isso, é perdão, é acolhimento, é vida da graça em Cristo que na Cruz morreu para a nossa salvação.

 
 

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