Formação espiritual
 
O tríplice ministério profético
O ministério da Palavra de Deus - Parte 2
Autor: Prof. VICTOR HUGO NASCIMENTO
Filósofo e Teólogo.
Professor das Escolas de fé e catequese Luz e Vida e Mater Ecclesiae - RJ
Contato: victorbento.30@globomail.com
 
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(Apud: SAMANES, Casiano F. & CARRETERO, Manuel U. Teologia de la acción pastoral. Madri: BAC, 1.968, p. 315-321. Tradução e organização: Prof. Victor Hugo)

O ministério profético, lógica, psicológica e temporalmente precede o ministério litúrgico. Em um tempo real (entre celebração e celebração) coincide com o ministério caritativo. Na realidade, a palavra de Deus é o que faz eficaz a todos os sinais cristãos, sejam cultuais ou caritativos. Sem a palavra de Deus, a caridade seria uma filantropia, e a liturgia uma magia. Mas a palavra de Deus tem, além, uma consistência própria inserida na palavra humana quando esta última se converte em sinal profético de salvação. Só então se dá o ministério da palavra em toda a sua plenitude.

A palavra de Deus é uma realidade primordial no cristianismo. Fundamentalmente é dinâmica, já que sempre é eficaz, criadora. Tanto a primeira criação como a segunda, constituída por Cristo e seu reino, são fruto da palavra de Deus.

Mas a palavra de Deus, além de ser uma ação, é ao mesmo tempo uma revelação dirigida aos homens para que neles se dê um ato pessoal de obediência e se manifestem uns conteúdos vitais de verdade. Dinamicamente, a palavra de Deus questiona, interpela, verifica; noeticamente, ilumina, explicita, desenvolve. Assim podemos falar de diferentes tempos dialéticos da palavra de Deus ou do ministério profético:

1 - A evangelização

É o ministério que aborda a palavra de Deus de modo dinâmico como palavra poderosa que salva; suscita a fé e a adesão pessoal de um modo nuclear e global. O homem evangelizado se converte primeiro em um crente que rompe interiormente sua relação absoluta com o mundo humano esse religa pessoalmente e totalmente com Deus. A evangelização anuncia o Evangelho de Jesus Cristo como “kerygma”, quer dizer, como boa nova salvadora, com objetivo de fundar a comunidade cristã mediante a conversão que conduz ao batismo. É dirigida aos batizados não praticantes que deixaram de crer, aos praticantes adultos não iniciados e as crianças e adolescentes batizados que devem reafirmar a sua fé adulta.

Para que os homens possam chegar a liturgia é necessário que antes sejam chamados a fé e a conversão... Aos não crentes a igreja proclama a mensagem de salvação para que todos os homens conheçam o único Deus verdadeiro e seu enviado Jesus Cristo, e se convertam de seus caminhos fazendo penitência. A liturgia não é para converter, e sim para convertidos. Há, pois, uma etapa prévia a pastoral litúrgica, segundo reconhece a constituição litúrgica, que é a evangelização.

2 - A catequese

O mesmo documento conciliar reconhece uma segunda fase do ministério profético, que é a catequese. Aos crentes (disse o mesmo documento) a Igreja deve pregar continuamente a fé e a penitência, e deve prepara-los, então, para os sacramentos.

A catequese desenvolve o conteúdo querigmático da evangelização. Na catequese, a palavra de Deus aparece noeticamente como palavra de iluminação. O convertido, introduzido globalmente no mistério de Cristo, interioriza progressivamente todos os aspectos que possui o cristianismo. A base da catequese é a fé em Cristo e na sua Igreja, objetivo da evangelização.

O ministério catequético se dirige a convertidos que já receberam, acolhido e entenderam o “kerygma”. Sem o “keryma” a catequese corre o risco de ser senão uma encenação religiosa que não penetra de verdade no coração do crente, a catequese é, pois, a etapa que segue o “kerygma”, o supõem e o expressa. É o ministério da palavra que segue a evangelização.

3 - A homilia

A terceira forma do ministério profético é a homilia. Tanto a constituição litúrgica, como a introdução, falam da homilia em termos profundos e precisos. A palavra de Deus na assembleia aparece sacralizada liturgicamente, como uma atualização dos feitos salvífico, ainda que veladas na palavra humana do celebrante. Para que a homilia mantenha os membros da assembleia em continuo amadurecimento da fé e da caridade deverá estar banhada sempre de animação missionária e de explicitação catequética. Definitivamente acrescenta a homilia aos níveis proféticos anteriores uma coordenada a mais: o ministério litúrgico que a comunidade cristã celebra. Resumidamente, podemos sintetizar o que foi dito ao seguinte esquema:

 
 
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