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Agenda positiva II
Por: DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG
 
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O Divino Mestre nos estimulou a esclarecermos as pessoas para entenderem quem é o Messias, e a entrarem no seu grupo (a Igreja).  Mas só depois de as termos ensinado. “Ide pelo mundo inteiro, ensinai a todas as nações”(Mt 28, 19). Suas razões, para atraí-las, são duas: 1 - porque Ele  tem uma proposta – sem meias palavras - imensamente melhor do que as de todos os  outros; 2 - porque respeita a liberdade de cada pessoa, fazendo com que seu ensinamento seja uma proposição, e não uma imposição. No fundo Jesus quer a “globalização” para o grupo de seus discípulos, mostrando que um dia “haverá um só rebanho e um só pastor”(Jo 10,16).

Na atual migração de fiéis, sobretudo advindos da Igreja Católica, que passam para outras denominações religiosas, percebe-se uma transgressão das duas razões acima citadas. Quanto se saiba, tais organizações religiosas, são pobres em propostas profundas, fixando-se em assuntos periféricos, e sem verdadeira capacidade de serem globais (universais). Ainda, infelizmente, grande número deles não se contenta em fazer propostas, respeitando a liberdade individual. Mas induzem as pessoas, através de raciocínios enganosos, e até de acusações falsas, a migrarem imediatamente para a nova sociedade religiosa.

Longe de mim não reconhecer, que do “outro lado” há pessoas bem intencionadas e convictas da veracidade da sua fé. Para tais comunidades eu admito o direito de procurar evangelizar pessoas de outros credos. Porque julgam que tem uma proposta melhor. Estão cheias de boa fé, mesmo se estão equivocadas. No entanto, há multidões de outras, cujas motivações nascem de razões humanas, ou até de verdadeiras ideologias. Esses tais eu considero “falsos profetas”, digo-o com respeito, mas com dor, e sem faltar ao espírito ecumênico.

Na Igreja de Cristo precisamos ultrapassar a fase de explicar e responder acusações. Nossos contendores já conhecem as explicações. Precisamos entrar numa fase de mostrar os nossos valores, saindo da defensiva.

É preciso mostrar ao mundo que a nossa doutrina é completa e é a de Jesus e dos apóstolos; que entre muitos dos nossos membros existe uma grande santidade de vida; que o nosso amor às Escrituras é ato fundamental; que os defeitos dos católicos são objeto de preocupação para todos nós; que Cristo é o centro de nossa espiritualidade; que temos muitos leigos, ótimos profissionais, nas realidades do mundo; que a pobreza total é conselho para alguns, mas que a maioria deve desenvolver uma sã economia...Temos bastante assunto para muitos anos.

 
 
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