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Escolha o bem
Por: DOM PAULO MENDES PEIXOTO
BISPO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP
www.bispado.org.br
 
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A escolha que fazemos significa que há outras possibilidades para uma decisão de vida, levando em conta a dimensão da prática comunitária. É por isto que falamos de “bem comum”, porque o bem realizado atinge a todos aqueles que nos rodeiam.

O bem verdadeiro é Deus e seu projeto, revelados na Sagrada Escritura. Palavra que nos desafia a praticar a justiça com radicalidade, para que daí surja o bem coletivo, contribuindo para com o valor e a dignidade da vida em todas as suas reais dimensões.

Escolhemos o bem quando socorremos os necessitados, partilhamos o pão com os pobres, promovemos o fraterno relacionamento entre as pessoas e praticamos o gesto misericordioso do perdão. Quem faz tudo isto não fica sendo o único egoisticamente beneficiário do bem.

Vivemos numa grande encruzilhada, podendo escolher o bem ou o mal, a vida ou a morte, a felicidade ou a desgraça. A escolha é de livre arbítrio, mas Deus aponta para um caminho: “Escolhe, pois, a vida...” (Dt 30, 19). Nisto está a sabedoria divina da fé.

Toda natureza criada deve ser interpretada e cuidada na perspectiva da promoção da vida e do bem comum das pessoas. É a intenção das bem-aventuranças proclamadas por Jesus Cristo em seu evangelho. Ele as dirige aos pobres, aos perseguidos, aos oprimidos etc.

Colocar em prática as bem-aventuranças é estar indo na contramão da nova cultura. Num cenário de milhares de assassinatos, de forma inescrupulosa, que presenciamos a todo instante, como vivenciar o “não matar” contido nos mandamentos de Deus!?

Na dimensão da realidade moral, sem ser moralista, o adultério e o divórcio, numa realidade pansexualista dos últimos tempos, são um desafio que envolve a integridade e a destruição da vida familiar, trazendo conseqüências até irreparáveis dentro da comunidade.

O importante não é observar leis, mas saber que elas são dirigidas à vida de cada pessoa, tendo em vista o bem comum. As atitudes devem ser do coração, pondo na própria vida moral a justiça, a misericórdia o amor e a fé.



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