São Vicente - A caridade acima de tudo.
Capitulo 7 |
Por: Julinei Nogueira de Almeida
Paróquia de São Pedro Sete Lagoas - Minas Gerais
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Perdão ó Pai, Perdão!
Jesus Cristo, sempre se mostrou fiel ao plano do pai, mostrou-se com todas as qualidade necessárias para amar. Um filho fiel, humilde, responsável, carinhoso, terno, manso, e acima de tudo caridoso. E sua morte à cruz, foi para nos mostrar que devemos ser como ele, ter estas virtudes, ou pelo menos, usufruir do pouco que temos, dando o seu exemplo espalhando por todas às nações. Vicente de Paulo, antes da sua conversão, se mostrava ambicioso, rancoroso e muitas das vezes superior aos outros.
Durante seu período de estudos em Toulose, Deus veio a lhe testar. Seu pai, João de Paulo, aquele homem pobre e manco, estava a tentar lhe visitar. Ao perceber teu pai ao teu encontro, num ato de estrema fragilidade e de humilhação, Vicente o nega, sente-se vergonhoso. Ao presenciar a tamanha fragilidade do seu filho, retorna o seu caminho, angustiado e deprimido.
Anos mais tarde, mais precisamente em 1626, retorna sua cidade natal pela primeira vez. Já estando predestinado aos pobres, irá de “mãos vazias”, para o retorno daquela sua família, que depositara tamanha confiança, em busca de um benefício. Chegando em Pouy, aquele homem simplesmente, se mostra de coração partido. Suas lembranças da infância, sua vida de camponês... Enfim, momentos nostálgicos vem a tona.
Após a celebração de sua primeira missa, esteve de encontro ao túmulo de seu falecido pai. Diante de tamanha circunstância, chora todo o arrependimento de o ter negado. Permanece ali durante horas. E num estado de amor, extrai todo o seu amor contido durante a sua infância, seu respeito, suas inseguranças, relembra o quanto poderia Ter sido melhor. Através disto, ele se mostra caridoso, consigo mesmo e com o pai.
O maior orgulho de um pai, é ver teu filho feliz e realizado. João de Paulo, aquele camponês, manco, e de aparência gascã, sempre batalhou por seus queridos filhos, com o suor do próprio rosto e com a força das mãos, obteve sempre a comida necessária. Sempre um bom pai, junto com sua mulher Bertranda de Moras, constituíram uma família cristã, repleta do amor de Deus. Mas parece que Vicente de Paulo , naquele momento não sentiu Deus dentro de si, estava negando o próprio Cristo na imagem do pai.
Temos de observar certos detalhes da vida deste santo, naquele tempo, durante seus estudos de Teologia, sua ambição estava no ápice da ganância, seu desejo de fazer fortuna nunca esteve tão vivo. E ao pensar nisto, seu coração não está liberto de suas tentações, assim, o amor se torna obscuro. Sua conversão só viria após tomar a causa que realmente era seu lugar, de ajuda aos mais necessitados.
A caridade que observo é que para suplicar um perdão, é preciso ser caridoso consigo mesmo, e com os outros. Amar é primordialmente a primeira instância da caridade. Ao ir ao encontro do túmulo do teu pai, o amor ultrapassa a caridade. Ser caridoso não é apenas estar doando o pão a quem mais necessita, mais do que isso, é estar doando a própria vida, o próprio coração. E Vicente conseguiu isto, doar o mais íntimo do seu ser.
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