Misericórdia que acolhe e perdoa! |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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Vivenciando o tríduo pascal nós iniciamos este tempo especial com a missa da consagração dos santos óleos, antigamente chamada de missa crismal, em que são bentos os óleos dos catecúmenos, do crisma e dos enfermos. Um momento especial de reverenciar o sacerdócio ministerial instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo. Um dia de unidade do presbitério com o seu bispo diocesano que é o presidente do presbitério e não o seu dono, patrão ou proprietário, como vemos, infelizmente, alguns que pelo seu comportamento de autoritarismo são mais déspotas do que Bispo, que é pai, pastor e o primeiro servidor.
Já na missa da ceia do Senhor celebramos o mandamento novo do amor: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Amor que não tem limites e nem máscaras. Amor desinteressado e verdadeiro, profundo, expressão do ágape. Jesus se dá a nós em cada Eucaristia: para celebrá-la temos que ter o coração limpo da arrogância, da busca desenfreada do poder, de oprimir, de liquidar aqueles que nos incomodam. Realmente é triste ver pessoas celebrando ou participando da Eucaristia sem antes lembrar da advertência de Jesus: “antes da apresentar o seu sacrifício junto ao Altar do Senhor vai e reconcilia com o seu irmão”. Por isso como é bonito notar quantas pessoas procuraram o confessionário nesta quaresma e nesta semana santa para purificar os seus pecados e viver uma vida nova, em que reconciliados primeiro com os seus irmãos, agora é o primeiro a dar testemunho do amor de Deus. Jesus decidiu tornar-se alimento para toda a humanidade, assim como ele mesmo falou: “Eu sou o pão vivo descido do céu, quem come deste pão viverá eternamente”.
Na ação litúrgica da Sexta-Feira Santa, altar límpido e que se recorda a paixão e morte de Jesus, ainda deve ecoar o clamor da Igreja: “Eis o lenho da Cruz, da qual pendeu a salvação do mundo”. Não existe fé católica sem a cruz do Senhor Crucificado. Por sua paixão e morte nos vem a ressurreição. Refletindo acerca de sua paixão notamos que somos também participantes deste teatro da salvação, já que Jesus morreu para nos salvar. Refletir acerca da paixão de Cristo é a fonte primária da santidade cristã e caminho de uma verdadeira e profunda conversão. Não uma conversão para agradar as autoridades ou falsas autoridades, mais uma conversão eloquente e austera para viver com Cristo, por Cristo e em Cristo adorando a sua cruz redentora.
Muitos procuram a Cristo somente na dor, no sofrimento ou na perseguição. Peçamos a nossa Mãe, Nossa Senhora das Dores, que por amor tenhamos os mesmos olhares e as mesmas atitudes do Seu Filho, nos ensinando a solidariedade, a fraternidade, a justiça, fazendo o que está ao nosso alcance para que a cruz de nossos irmãos seja aliviada.
Tenhamos a atitude de São Pedro, que teve confiança na misericórdia de Deus. Relembremos neste dia da paixão que o maior pecado de Judas não foi ter traído a Jesus, mas ter duvidado da sua misericórdia. Relembremos sempre que Jesus é misericordioso porque procurou o rosto de Pedro depois de sua negação para dar-lhe o seu perdão" e rezou piedosamente na Cruz: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23, 34).
O Papa Francisco prega, diuturnamente, que para ser cristão devemos ter misericórdia. E misericórdia significa olhar o outro com compaixão e não como um juiz temível, que aplica o Direito Canônico para oprimir quem levanta a voz contra a corrupção do autoritarismo. Para garantir a experiência da Misericórdia lembro as “torquemadas de hoje”, nem muitas vezes tão santos como aparentam suas indumentárias, que existe o sacramento da reconciliação. A confissão nos permite experimentar em nós misericórdia e a ternura de Deus, que não é a que contém na letra fria dos códigos, mas aquele que é a suprema lei do amor e da cruz: a salvação das almas. Cristo não manda ninguém para fora da Igreja, ao contrário acolhe a todos!
Ao ensejo, de Rovigo, Itália, terra de meus antepassados, aonde estou pregando na Catedral Diocesana, a convite do Excelentíssimo Senhor Bispo Diocesano, o Tríduo Pascal apresento aos meus leitores os votos de uma santa e abençoada páscoa, com a certeza de Cristo Nossa Páscoa foi imolado. Aleluia!
O Senhor Ressuscitou Verdadeiramente, Aleluia!
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