Páscoa: A nova criação |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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A questão importante posta pelo evangelho do segundo domingo da Páscoa é a reflexão de como se chega à fé na ressurreição de Jesus. Segundo João, no que diz respeito aos relatos da aparição do Ressuscitado, há uma unidade de tempo: o primeiro da semana. O primeiro dia da semana é o primeiro dia da nova criação em Cristo, nosso Senhor: o dia em que a LUZ foi feita: “A luz brilha nas trevas”.
Todos os relatos da aparição do Senhor ressuscitado são uma catequese sobre a ressurreição. Eles apresentam didaticamente um itinerário através do qual se chega à fé na ressurreição de Jesus Cristo. São relatos que têm uma força simbólica evidente, isto é, eles extrapolam o tempo e o lugar de sua redação para ganhar uma validade permanente.
A observação de que as postas do lugar onde os discípulos se encontravam estavam “fechadas” e que, mesmo assim, Jesus se colocou no meio deles, quer fazer com que nós compreendamos que a presença do Ressuscitado é de outra natureza, que não a física, o que exige para o reconhecimento da presença do Senhor, não o exercício ótico, mas a abertura própria da fé.
É no primeiro dia da semana, de acordo com o texto de João, que o Espírito Santo é dado como sopro do Senhor.
A ausência de Tomé e sua objeção para crer e o relato da aparição do Ressuscitado a ele é o que nos permite afirmar que a fé na ressurreição e no Ressuscitado é dada pela afirmação do testemunho: “Bem-aventurados os que não viram e creram.”
É esta aceitação que permite ao discípulo – e a todos nós – experimentar os efeitos da ressurreição, ou seja, a paz e a alegria. Não há acesso imediato à ressurreição de Jesus Cristo, mas somente mediato, isto é, através do testemunho. Nesse sentido, a fé é eminentemente tradição.
A Páscoa traz a nova criação porque traz para todos nós a esperança da ressurreição e a compreensão de que nossa vida temporal é maravilhosa, sim. É uma dádiva de Deus, mas é também a oportunidade que o Senhor nos deu de, através na fé de um mundo novo, possamos partilhar com nossos irmãos uma vida de paz, de amor, de solidariedade, de ressurreição.
Quando pedimos, no Pai-nosso que “venha a nós o vosso Reino”, não estamos pedindo a morte. Ao contrário, estamos pedindo a vida, a vida plena, a ressurreição.
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