Espiritualidade das aulas |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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O mês de fevereiro marca o início do ano letivo nas escolas brasileiras. Crianças e jovens retornam às aulas e começam um novo ano de estudos.
O estudo abre novos horizontes para as pessoas, ajuda-as a compreender melhor as coisas e o mundo.
Porém, muitas vezes, o professor é um mercenário e só visa o salário no fim do mês. Esquece-se de como é maravilhosa a sua missão de abrir as mentes para o conhecimento. Sem contar que, também ele pode ser uma vítima da desvalorização de seu trabalho.
Por outro lado, há alunos que só vão à escola para “encher o tempo” ou para um simples bate-papo com os colegas. Ignoram como o saber alarga a mente e nos faz mais compreensivos, mais sábios.
Mas, Deus é Espírito! Espírito Uno e Trino, Trindade que, segundo a tradição, Santo Agostinho quis entender melhor e uma criança (quem sabe o próprio Jesus – menino alertou-o de que seria mais fácil ela (a criança) colocar toda a água do mar num buraquinho na areia da praia do que ele, o santo, compreender completamente o mistério da Santíssima Trindade.
Esse Espírito que existe além da nossa compreensão, mas que a nossa fé e a nossa confiança reconhece, é onisciente e onipresente. Deste modo, sua presença é constante em todas as coisas, nos acontecimentos, no dia-a-dia das pessoas, em seus corações.
E Ele nos leva a colocar espiritualidade em tudo o que fazemos. E por Ele nasce no coração das pessoas o amor. É por isto que existem, ao lado dos mercenários, professores que amam o que fazem, que amam seus alunos e que desejam transformá-los através do saber.
É por isto, também, que há crianças e jovens ávidos de conhecimento e que demonstram interesse nas aulas.
Criam, ambos, uma espiritualidade que leva riqueza para cada um.
No amor, na amizade, na compreensão, na simpatia, é possível, ainda hoje, neste mundo tão violento e tão carente de afeto, construir um ambiente saudável nas escolas, de modo que os alunos aprendam com interesse e que o professor também aprenda com seus alunos, porque a vida é uma constante troca de lições.
Gabriela Mistral, escritora chilena e professora, escreveu uma rica, suave e maravilhosa Oração da Mestra. E há um trecho que diz assim: “Permite-me (Senhor) transformar em espírito a minha escola de argila”.
Que os mestres possam dizer e agir assim e que as crianças e jovens, em sua sede de saber, possam encontrar em sua escola uma orientação segura para o seu amanhã.
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