A solidariedade de Deus |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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O texto da segunda leitura do terceiro domingo da Quaresma estabelece, para os Coríntios normas concretas de ação levando-os a discernir o passado para ver onde e por que o povo de Israel não usufruiu da solidariedade de Deus. A comunidade de Corinto era composta por maioria de pagãos convertidos. Assim sendo, o novo povo de Deus, para ser tal. Para construir uma sociedade nova, não deve repetir o passado desastroso de Israel.
O raciocínio de São Paulo pode ser dividido da seguinte forma:
a) Israel, ao ser libertado do Egito, fez a experiência da solidariedade de Deus, que o protegeu com a nuvem, fez com que ele atravessasse o Mar Vermelho, alimentou-o e lhe saciou a sede. Entretanto, Israel não foi fiel, na travessia do Mar Vermelho, no maná e na água jorrada da rocha, São Paulo vê prefigurações do Batismo e da Eucaristia. Como devem agir agora os cristãos que vivem hoje a plenitude daquelas realidades prefiguradas?
b)A comunidade cristã, o novo Israel, deve estar atenta para não incorrer nas mesmas falhas: cobiça, idolatria, fornicação, desconfiança, murmuração. A expressão “como alguns deles” serve de ponto de referência: São Paulo compara as duas comunidades, a do êxodo e a cristã e mostra claramente que o ser cristão supera claramente as falhas cometidas pelo Israel do deserto. Fazer como fizeram no passado é criar uma sociedade que tem como parâmetro as opressões do Faraó.
c) A comunidade, lendo a história e discernindo os acontecimentos passados, percebe-se envolvida pela pedagogia de Deus. O ser cristão, movido pelo amor, aponta para o ideal da comunhão e solidariedade das pessoas entre si e com Deus.Deus é fiel. Cabe aos cristãos conservar e promover esse clima: aquele que julga estar de pé, também tome cuidado para não cair.
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