Resitir na fé |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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Os versículos que compõem a segunda leitura do trigésimo domingo do Tempo Comum fazem parte da ação de graças de Paulo por causa da fé, amor e esperança dos tessalonicenses. Eles acolheram a palavra de Deus com alegria do Espírito Santo no meio das tribulações.
Tribulação é uma palavra importante no vocabulário das cartas paulinas. Ele recorda as pressões e opressões sofridas por aqueles que se comprometem com o projeto de Deus. A fidelidade a esse projeto provoca conflitos e os que não querem mudanças sociais procuram a todo custo impedir o avanço da Palavra que liberta.
São Paulo sentiu isso na própria pele, tendo chegado à Tessalônica coberto de feridas e com as marcas da tortura sofrida em Filipos. Apesar dessa aparente fragilidade, os tessalonicenses deram crédito à Palavra, tomando Paulo como ponto de referência. Tornaram-se também imitadores do Senhor que, por sua fidelidade ao Pai, enfrentou a cruz.
A comunidade de Tessalônica, por sua vez, se tornou modelo para todos os fiéis de duas regiões importantes, Macedônia e Acaia. A resistência dessa comunidade ultrapassou fronteiras, de modo que todos fazem memória da resistência dos tessalonicenses. Isso porque o Espírito Santo é luz na caminhada, De boca em boca, a notícia da resistência vai se alastrando, como óleo sobre a água, de modo que outros vão tomando consciência de que existe um Deus vivo e verdadeiro, chamando à vida, desmascarando os ídolos mortos.
Os versículos 9 e 10 são provavelmente um antigo hino cristão. Eles sintetizam a caminhada das comunidades que, aos poucos, abandonam os falsos deuses para servir ao Deus vivo e verdadeiro, animadas pela esperança da vinda de Jesus.
Ser cristão supõe o desmascaramento dos ídolos que mantêm o povo à margem da vida.
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