Assunção de Maria |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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Nosso mundo mostra uma fachada, mas sua realidade, de fato, é muito diferente. A publicidade na televisão nos ensina o que, socialmente falando, está na moda. Apresentamos uma bela fachada, mantemos as aparências, mas, por trás, esconde-se a verdade de nossa vida que, muitas vezes é bastante diferente, ou seja, mal resolvida, escura, infeliz.
Em tempos de profundas crises sociais, surgem muitos messias com seus pacotes e planos para uma sociedade nova. A maioria deles acaba se tornando patrocinador de uma tirania maior. E os que sofrem são cada vez mais envolvidos nas malhas da miséria e da dor restando-lhes "torcer para que dê certo".
A proposta da liturgia deste domingo é revolucionária. Só há um Messias e Ele é pobre, manso e pacífico. Ele desbanca os planos das elites, que o rejeitam.. Os pobres, contudo, encontram nele descanso, esperança e vida.
Hoje Jesus nos convida, em primeiro lugar, a abrir os olhos para a nossa realidade. Isto é, não devemos negar aquilo que nos desgosta nesta nossa vida e precisamos assumir que há partes dela que não são brilhantes, nem estão plenas de luz e nem nos fazem sentir felizes. Jesus convida a todos nós para que acolhamos sua compaixão e sua misericórdia.
Nós, que nos sentimos cansados, que não encontramos sentido neste mundo, tão hipócrita e violento, que, confusos nos vemos com pouca esperança e cheios de tristeza, todos nós somos convidados a nos aproximar de Jesus, porque o seu "jugo é suave" e a sua "cara, leve". Este é o Evangelho que foi revelado à gente simples, àqueles que são capazes de abrir seus corações e reconhecer que, no final, dependemos de Seus, pois apenas por meio dele podemos chegar à verdadeira paz, ao autêntico consolo e ao descanso seguro.
O messianismo de Jesus continua hoje na proposta dos que o conhecem e o seguem fielmente, animados e possuídos pelo Espírito daquele que o ressuscitou dos mortos. Eles não vêem o mundo e a história como se fossem dominados pelo fatalismo, pelo contrário, vivendo a vida no Espírito, optam por um mundo novo e transformado, onde a vida se manifesta com todo vigor.
Jesus é vida e liberdade e o seu seguimento requer que amemos nossos irmãos, principalmente aqueles que necessitam de uma palavra, de um gesto, de um ombro amigo.
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