A comunhão dos santos |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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Que é a Igreja senão a assembleia de todos os santos? A comunhão dos santos é precisamente a Igreja.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “o bem de Cristo é comunicado a todos os membros e essa comunicação se faz por meio dos sacramentos da Igreja. Como esta Igreja é governada por um só e mesmo Espírito, todos os bens que ela recebeu se tornam necessariamente um fundo comum”.
Portanto, o termo “comunhão dos santos”, tem dois significados intimamente ligados entre si: “comunhão nas coisas santas e comunhão entre as pessoas santas”.
Na comunidade primitiva de Jerusalém, os discípulos “mostravam-se assíduos ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações”.
A fé dos fiéis é a fé da Igreja, um tesouro que se enriquece ao ser compartilhado. O fruto de todos os sacramentos pertence a todos os fiéis. Na comunidade da Igreja, cada um recebe o dom de manifestar o Espírito, para a utilidade de tosos.
Tudo o que o verdadeiro cristão possui, deve considerá-lo como um bem que lhe é comum com todos. O cristão é um administrador dos bens do Senhor.
Na “comunhão dos santos”, como diz São Paulo, ninguém de nós vive e ninguém morre para si mesmo.
O menor dos nossos atos, praticado na caridade, irradia em benefício de todos, numa solidariedade com todos os homens, vivos ou mortos, que se funda na comunhão dos santos. Madre Tereza de Calcutá dizia: “Eu sei que o meu gesto é como uma gota no oceano, mas, sem ele, o oceano seria menor”.
A união dos que estão na terra com os irmãos que já se foram de maneira alguma se interrompe; pelo contrário, segundo a fé perene da Igreja, vê-se fortalecida pela comunicação dos bens espirituais.
Em resumo, repetindo a frase do Catecismo da Igreja Católica, “cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo, dos que são peregrinos na terra, dos defuntos que estão terminando a sua purificação, dos bem-aventurados do céu, formando, todos juntos, uma só Igreja, e cremos que, nesta comunhão, o amor misericordioso de Deus e de seus santos está sempre à escuta de nossas orações".
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