No Dia dos Pais, que se comemora no próximo domingo, o primeiro pensamento que nos ocorre é o de louvarmos e bendizer a Deus, o Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação(Cf. 2Cor. 1,3). Dele toma nome toda a família no céu e na terra. Ele não nos deixa abater nas tribulações (Cf. Ef. 3, 14). Ele enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama, confiadamente, Abba, Pai (Cf. Gal. 4,6).
Quando os discípulos pediram a Jesus que lhe ensinasse rezar, o Divino Mestre lhes disse para, na simplicidade de suas almas, invocassem e dessem louvor a Deus com o doce nome de Pai e lhe pedissem o pão de cada dia, dando-lhes a certeza da bondade do Pai Celeste na analogia com a paternidade humana.
Ele alimenta as aves do céu e veste os lírios do campo, sem os celeiros e na formosura que nem Salomão com todo o seu poder conseguiu igualar.
Já no Antigo Testamento, no salmo 104, vers. 27 e 28, o Autor Sagrado nos mostra a Providência divina: “Os olhos de todos em Vós esperam, ó Senhor, e Vós lhes dais o alimento no tempo oportuno. Abris a vossa mão e de bênçãos encheis todos os seres vivos.”
Mesmo nas horas mais difíceis, o Pai do Céu não nos abandona. Quando seu Filho Primogênito foi submetido aos horrores da paixão e morte, Ele clamou ao Pai e diz a Carta aos Hebreus que foi plenamente atendido por causa da sua submissão (Cf. Heb. 5,7).
Parafraseando Santo Agostinho, poderíamos dizer da paternidade humana: “Veja, ó pai, a sua dignidade”, quando Deus quis expressar seu amor e poder na semelhança do que implantou nosso coração de pai: “Quem de vós, sendo pai, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente” (Cf. Lc. 11,11)
No tumulto da civilização contemporânea, não temos tempo. Não paramos para refletir. O comércio e a mídia envolvem a riqueza deste dia no vai e vem das compras e dos presentes que parecem ser apenas uma réstia do que deveria encher nossos corações. Passa-se o dia, passam-se os presentes. Passa a oportunidade de reflexão sobre a nossa missão de pais, sobre o amor filial, o amor de nossa companheira com quem, mutuamente juramos fidelidade e completa doação.
Santa Terezinha dizia que a sua vocação na Igreja era o amor. Isto é, realmente, a finalidade última de toda a vocação em qualquer estado de vida. Na paternidade ressalta-se sobremaneira. Devemos ser os primeiros a amar os nossos filhos, não com um amor superficial ou apenas sentimental, mas com aquela interação de alma e coração que nos levem a educá-los para a vida plena nesta terra e para a eternidade.
Num mundo sem esperança, quando a juventude perde a consciência de seu valor e os fatos nos mostram o deserto de ideal que muitas vezes desemboca nos crimes e desgraças, a paternidade deve ser um sinal da presença do bem para nossos filhos e para toda a sociedade.
Na profundidade do mistério divino vamos haurir forças para o exercício de nossa vocação. Como Abraão que acreditou na Palavra de Deus contra toda a esperança e se tornou pai de uma multidão da qual fazemos parte, mais numerosa que as estrelas do céu e as areias do mar, coloquemos nossa paternidade nas mãos do Pai e corajosamente a exerçamos. O Espírito Santo nos dará a sabedoria e a fortaleza.
E que o Pai Celeste nos abençoes com toda a sorte de bênçãos espirituais em Cristo. (Ef. 1,3)
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