Nossa Arquidiocese e nossa Cidade celebram a festa de seu padroeiro, Santo Antonio. É uma alegria muito grande festejarmos este nosso irmão na comunhão dos santos cuja vida terrena refletiu a presença divina que, agora, goza em sua plenitude.
Dois aspectos prendem nossa atenção ao refletir sobre sua vida, além da operosidade de sua caridade que se estendia e se estende a todos que o procuram nas suas necessidades. É um santo taumaturgo, como o louvam os cristãos. Seu carisma de milagres é por todos conhecido desde sua vida mortal, porque nele a caridade movia-o à compaixão.
O primeiro, o seu amor a Deus que ampliava-se no amor total a seus irmãos. A sua vocação franciscana nasceu do seu desejo ardente de levar o Evangelho aos que não o conheciam e dar a vida pela fé.
Nascido de família cristã, nela brotou sua vocação religiosa. Jovem ingressou na Ordem dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho e, formado, foi ensinar em Coimbra, sede de famosa universidade.
Deu-se, naqueles dias que São Francisco fundava uma nova ordem, na Igreja, diferente dos cânones e regras de então. Arraigada numa vivência total do Evangelho, na pobreza voluntária mais absoluta, ardiam de zelo para que o mundo se inflamasse na caridade e seguisse os passos de Cristo.
Assim, começaram a passar por Coimbra aqueles frades em direção à África para pregar a fé aos maometanos. Antônio admirava-os na vivência evangélica. Logo vieram os primeiros mártires, cujos restos mortais foram levados a Coimbra.
Antônio viu nisso o chamado de Deus para o martírio por amor a Jesus e àqueles que ele amava e por quem dera o seu sangue. Ingressou na Ordem Franciscana e foi para Marrocos para anunciar a Boa Nova.
Mas Deus tinha outros caminhos para ele. Adoeceu e teve de retornar. Tempestades desviaram o navio em que estava que foi bater nas costas da Sicília, na Itália. Sem tempo a perder, como seus irmãos, passou a incentivar na fé e na virtude franciscana da pobreza, as cidades e vilas do sul da Itália.
Daí, partiu para Assis, onde participou com mais de cinco mil frades do primeiro capítulo da Ordem com São Francisco. Tinha um profundo conhecimento das Sagradas Escrituras, não um conhecimento estéril apenas científico, mas, certamente infundido por Deus em seu coração e em seus lábios. Seu coração estava aberto à Palavra de Deus ao sopro do Espírito Santo. É o segundo aspecto que nos chama à atenção.
Não foi por outro motivo que São Francisco que levava ao pé da letra as palavras de São Paulo que “a ciência incha” e é motivo de orgulho, não teve receio de lhe entregar a formação dos seus sacerdotes, na cátedra de teologia.
Missionário das multidões, sua pregação era cheia de sabedoria, impregnada da força penetrante da Palavra de Deus a tal ponto que o Sumo Pontífice Gregório IX, ouvindo-o algumas vezes, chamou de “Arca do Testamento”.
Os santos são nossos estímulos para crescermos na vida espiritual. Suas virtudes e sua fé impelem-nos à colaboração com a graça, como falava Inácio de Loiola: “se eles conseguiram, por que não eu”! E São Paulo: “A graça de Deus comigo”, com a minha colaboração.
O exemplo de Santo Antônio deve nos levar a aspirar uma vida de intensa caridade, de amor a Deus e ao próximo e de levar a salvação a todos. Nutridos pela Palavra Divina, devemos ser seus dispenseiros. É por nosso meio que Deus age no mundo.
Não deixemos de pedir a proteção de Santo Antônio que nos foi dado por padroeiro e intercessor. Que Ele proteja nossa arquidiocese, a nossa cidade e o Seminário Arquidiocesano com abundantes bênçãos! Amém!
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