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Mensagem de Páscoa
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
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A Cidade de Jerusalém ainda estava abalada pelos acontecimentos que precederam àquela Páscoa. Em solidão passou o repouso ordenado no Primeiro Testamento.

Mas, no primeiro dia da semana, bem cedo, antes do raiar do sol, sem medo, Maria Madalena e a outra Maria, diz-nos o Evangelista, correram ao sepulcro para ungirem o corpo de Cristo. Estavam preocupadas como rolar a pesada pedra que fechava o sepulcro.

Eis que lá chegando viram a pedra removida e que os guardas tinham fugido. Um anjo anunciou-lhes: “Se procurais a Jesus de Nazaré, não está aqui. Ressuscitou como disse.”

Cristo ressuscitou dos mortos. A vida venceu a morte. “Dize-nos, Maria, o que viste no caminho?”  O sepulcro de Cristo vazio e a glória do Ressuscitado, como se canta da Seqüência da liturgia da missa de Páscoa.

A desobediência e o orgulho de Adão gerou a Morte. Da obediência e humilhação do Filho de Deus brota a Vida, que podemos haurir de suas santas e gloriosas chagas.

A ressurreição de Cristo, do anúncio das mulheres que foram ao sepulcro, pela pregação apostólica, pelo sangue dos mártires e a santidade dos confessores e das virgens atingiu os confins da terra e irradiou-se e todos aqueles que a acolheram vivem na sua luz.

Agora, passados  mais de vinte séculos na história, cabe-nos a mesma missão de anunciar aos povos a Vida que nasce da morte e ressurreição do Senhor.

Grande parte do mundo ainda jaz nas trevas da Morte, conseqüência do pecado do primeiro Adão. Nesta quaresma tivemos a graça de meditar sobre a escuridão que encobre a Região Amazônica, riqueza imensa, ar, sol e água que Deus nos colocou nas mãos para que, eliminada a ganância, a desonestidade, pudesse servir a todos. É desejo ardente que  deve se transformar em vontade resoluta que seus habitantes sejam libertados da miséria e da opressão que haja justiça social, menos mortes e nenhuma escravidão. Que suas matas e rios não sejam devastados e poluídos. Que para todos seja levado o benefício da civilização e a luz da fé.

A Páscoa significa passagem, libertação, já prefigurada no Antigo Testamento na celebração do êxodo dos filhos de Israel  da escravidão do Egito.

A Páscoa dos Redimidos é a realização plena desta figura e cuja luz nós, cristãos, temos de levar a todo o mundo. O cântico do “Exultet”, é o cântico da alegrai vitoriosa que maravilha os anjos e inunda a terra nesta noite mais luminosa que o dia, noite deliciosa na qual pela vitória de Cristo renascemos para a Vida.

A Páscoa  nos traz a missão, a obrigação de espalhar esta luz pelo mundo, único meio de termos a paz. “A chama se extingue se não se torna missão”. Cabe-nos espancar as trevas da morte e iluminar a terra com a Luz do Cristo que ressurge glorioso e a quem pertencem os anos e os séculos. A Páscoa não é só hoje, A Páscoa é todo dia se eu levar o Cristo em minha tudo será um eterno Aleluia! Que este Aleluia se perenize em nossa vida, particularmente em nossa Igreja de Juiz de Fora que quer estar sempre voltada para as misericórdias do Cristo vivo e verdadeiro! Feliz Páscoa!



 
 
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