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A História Sagrada de Amor em Família!
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
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O que a Escritura nos diz sobre a vida familiar de Jesus, Maria e José? São pequenas pinceladas mas nos dizem muito. José e Maria, sempre juntos ao lado do Menino Jesus. José deve ir a Belém para o recenseamento e leva consigo sua mulher grávida. Não a deixa em Nazaré, mas a leva consigo. Estão unidos sempre. E quando os pastores chegam à gruta de Belém para ver o Menino, Maria e José estão juntos ao lado da manjedoura.

E na hora das dificuldades, continuam unidos e unidos fogem para o Egito, da perseguição de Herodes e Otávio Augusto. Quando o Menino faz doze anos, vão juntos a Jerusalém e procuram juntos pelo Menino, quando Ele se perde. Como todas as famílias, a família de Nazaré teve alegrias e dificuldades, mas, ao contrário das nossas famílias, em nenhum momento questionou a união que o próprio Deus estabeleceu entre eles.

Para a família de hoje, pai, mãe, filhos, o que a Sagrada Família significa? Tudo ou nada? Antigamente, a relação pai, mãe, filho era diferente, totalmente distinta. A criança era sempre querida, acolhida e amada. Na Sagrada Família isto se dá de maneira perfeita. Tudo gira em torno de Jesus, Ele é o pólo de tudo. Assim, Maria era a Mãe, José era o Pai Adotivo e os três existiam em suma unidade, no Temor e no Amor.

Desafios, conflitos, sofrimentos e alegrias são constantes que existem sempre na relação entre a criança e os pais. O Filho nascido nunca mais se divorcia dos pais, ainda que o queiramos eliminá-lo de nossos horizontes. Filho é programa para a vida inteira, é a alegria ou o problema para a vida toda. Uma vez nascido está vinculado aos pais até a morte.

Portanto, só há uma maneira possível de pais se relacionarem com filhos: amá-los; só há uma maneira possível se relacionarem com pais: carregá-los. O amor é o único modo de comunicação familiar para se construir a paz que a Sagrada Família nos traz no Natal. Se a incerteza, a insegurança, os desafios conflitivos internos e externos se nos apresentam como ameaçadores, o foram também para Jesus, Maria e José, em Belém, no Egito, em Nazaré.

O Menino Jesus, foi desde criança o Messias ameaçado, mas é dele que recebemos, desde o início, a graça e a verdade. Se foi difícil, duro, para a Sagrada Família sobreviver, também o será para nós. O paradigma primeiro está aí, a Noite Feliz da Sagrada Família não foi um Danúbio azul como na Valsa, nada romântico, mas sim, a realidade, a verdade das inseguranças e das fugas.

Hoje, quando nossas famílias padecem de tantos sofrimentos, coloquemos nosso olhar Naquela que foi a Família por Excelência e Dela aprendamos a viver no amor pleno, apesar de toda dificuldade, do desamor dos outros, da discriminação e do caminho para a morte cruel, tal como foi o caminho de Jesus.

A História da Sagrada Família foi uma história de amor pleno, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Oxalá a nossa também o seja!



 
 
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