O Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum do Ano Litúrgico B nos coloca diante de Mc 13, 24-32, que quer nos chamar a atenção para as dificuldades do nosso tempo, de nossa vida, como algo essencial, dificuldades que se inserem profundamente em nossa existência, sinalizando-a para um futuro que não nos pertence, mas que construímos.
As catástrofes da natureza e da história, as de nossa vida e as da vida de nossos irmãos, são marcadas por uma certeza: a da vinda de Alguém que as explica.
Não sabemos nem o dia e nem a hora, mas esperamos a vinda do Filho do Homem. A visão desta claridade com que esperamos o Senhor e a certeza e a clareza da leitura para um encontro cheio de esperança com a vida. Onde a claridade do Filho do Homem se faz sentir, existe a certeza da vitória sobre o mal e o pecado.
Existe, sobretudo, a certeza de que as dificuldades, as decepções, as doenças, os fracassos não são a última palavra, mas apontam para um contexto mais complexo e mais pleno.
“Aprendei da figueira: quando seus ramos ficam verdes, sabeis que o verão está perto”(Cf. Mc 13,28). Tudo é sinal, tudo aponta para algo que não conseguimos ver com os olhos da carne, mas que atingimos pela certeza da fé. Como a música ou o poema, nenhum fato histórico pode ser lido isoladamente.
Como nos diz Santo Agostinho, nossa vida é feita de miséria e de felicidade, de felicidade e de miséria. Ainda, nós a construímos, temos o dever de pilotá-la, sem conhecermos o seu futuro, pois tudo é dom, tudo graça e só a Deus pertence.
O sentido que encontramos para realizar “esta construção” é a esperança “na vinda do Filho do Homem”, “E então vereis o Filho do Homem vindo”. Ver o Filho do Homem Vindo é encontrar-se com a vontade plena de Deus para nós, é ser esta vontade de Deus para nós, é ser esta vontade de Deus na nossa, é ter força, coragem para edificar, não obstante o joio e a cizânia.
Delas não podemos nos abstrair, pois são o juízo de Deus, o desafio que o próprio Deus permite para caminharmos.
Sim, neste mundo, tudo é sinal; nesta vida, tudo aponta para a misericórdia de Deus. Que ela nunca nos separemos!
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