Pecado e restauração |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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O projeto de Deus é um projeto de vida. A vida se traduz, entre outras coisas, na justiça que gera a paz. Nesse caso, a serpente representa a tentação humana de se desviar do que é reto e bom e se deixar levar por interesses fugazes, que são agradáveis somente na aparência.
Jesus realiza a justiça do Reino vencendo a tentação da abundância, prestígio e poder. Podemos nós também vencer a tentação do acúmulo e do poder. Podemos realizar a justiça do Reino. Deus nos deu discernimento, sabedoria e fortaleza, só que, às vezes nos deixamos levar por nosso lado fraco.
O Apóstolo Paulo afirma que o Batismo é o nascimento para uma vida nova, pois é participação na morte e ressurreição de Jesus. Com isso, desaparece o “Adão”, marcado pela ganância e autossuficiência, para dar lugar à nova maneira de ver e sentir a vida humana, baseada na fraternidade e na justiça, que geram a paz.
O tempo da graça é infinitamente superior ao regime da escravidão e da morte, pois “não acontece com a graça o mesmo que acontece com a falta. Portanto, se pela falta de um só, todos morreram, com maior razão se espalhou sobre todos com abundância, a graça de Deus e o dom concedido em um só homem, Jesus Cristo”.
Cada um de nós traz Adão na sua carne. Ele é nosso pai, irmão e filho ao mesmo tempo, pois também nos deixamos submeter pela autossuficiência e ganância. Contudo, o Batismo, que é participação na morte e ressurreição de Jesus, fez de nós gente nova. Isso não é mérito nosso, é fruto da solidariedade de Jesus, que, com sua morte, justificou-nos, fazendo-nos passar da morte à vida.
A solidariedade de Jesus para conosco e a nossa para com Ele abriu o caminho para a fraternidade universal. Fraternidade sem justiça é mentira e paz sem justiça é impossível.
Podemos restaurar as nossas faltas, abandonando o velho homem, o “Adão” que existe em nós e seguindo o exemplo de Cristo, Nosso Redentor.
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