Como celebrar o Natal |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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Nestes dias que precedem esta data festiva, podemos correr o risco de perder tempo demasiado na compra de presentes e nos esquecer do essencial.
Ver uma imagem de Jesus pequenino na noite de Natal e dar um beijo nela são atos que nos comovem e nos enternecem até as lágrimas. Depois disso, vamos para nossas casas, satisfeitos pela missão cumprida de ter ido à missa e participado da ceia de Natal.
Em seguida, o Deus-menino se transforma em algo externo a nós, quando a razão desta festa é para tomarmos consciência de sua presença em nós.
Rezarmos a novena de Natal é uma forma de nos prepararmos, mas a sua finalidade é reunir a família, reunir os vizinhos, reunir as pessoas pobres, ricas, feias, bonitas, brancas, negras, jovens, idosas, crianças, todas irmanadas num só objetivo: preparar o coração para o Natal, para que o Menino Jesus nasça em nossos corações e encontre esses corações mais aconchegantes do que o frio do presépio.
Uma boa confissão, em que reconhecemos realmente nossas falhas e nos propomos a não repeti-las, é outra atitude que podemos fazer para preparar todo o nosso ser para a vinda do Salvador.
Entretanto, tudo isso será bem mais completo se ajudarmos os outros a também se prepararem para celebrar o Natal de Jesus.
Ajudamos quando convidamos pessoas para fazerem a novena de Natal conosco, ajudamos quando procuramos sanar as necessidades daqueles que têm menos do que nós. Dar um cobertor a quem tem frio; dar comida a quem tem fome; dar um abraço a quem tem solidão: isso é Natal. Deixemos que, neste Natal, a solidariedade toque o nosso coração.
Há dois mil anos atrás, Cristo Jesus nos ensinou a viver em paz, dizendo: “Ama teu próximo como a ti mesmo”.
Para aqueles que entendem o verdadeiro sentido dessas palavras, todos os dias serão felizes e todos os anos serão prósperos porque, em seu coração, reinará a paz, reinará o amor. E podemos dizer que, deste modo, o Natal acontece todos os dias em nossos corações.
Assim, o espírito do Natal de Cristo vivo permanecerá para sempre em nós e irá irradiar luz, paz, saúde e, sobretudo, muito amor, sabedoria e otimismo.
O mundo precisa que homens e mulheres de boa vontade trabalhem para que o Natal aconteça em todos os recantos da terra, desfazendo os ódios, as ganâncias, o egoísmo, a violência e cultivando a ternura de um Deus que se fez pequenino para nos tornar grandes.
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