A festa de todos os Santos |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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O Trigésimo segundo domingo do tempo comum coincide com a festa de todos os santos. A grandiosidade deste momento é sublime, porque é a festa da família cristã.
O que é a santidade? Quem é santo? Quem são os bem-aventurados? A santidade é um dom, é uma obra de Deus revelada a toda a criatura. A Igreja escolhe algumas pessoas, homens e mulheres, para serem modelos e exemplos para todos nós, mas são bem-aventurados todos aqueles e todas aquelas que acolhem a palavra de Deus e se deixam guiar por ela.
O Evangelho se refere às bem-aventuranças proclamadas em uma montanha. Começa com uma declaração solene, na qual o Reino dos céus, anunciado por Jesus, aparece como boa notícia para os pobres. Essa solene declaração constitui a abertura do discurso, no qual propõe o estilo de vida que se faz presente com a chegada do Reino.
O grito de alegria de Jesus pela chegada do Reino de Deus e da libertação que vem com ele foi interpretado na comunidade de Mateus como orientações para a conversão e a mudança de vida que exige tal acontecimento.
Em cada bem-aventurança, existe uma tensão entre a situação presente e a que está para brotar: o Reino se faz presente em forma de germe nos pobres, nos misericordiosos...
As quatro primeiras bem-aventuranças estão relacionadas entre si e são uma declaração de felicidade daqueles que se abrem à ação de Deus em uma atitude de acolhida sincera. Dirigem-se ao grupo daqueles que são pobres em espírito, aos pobres do Senhor, desapegados dos valores terrenos e materiais.
As bem-aventuranças seguintes propõem atitudes que os discípulos devem ter. São convidados a ser misericordiosos, a ter um coração puro, a trabalhar para construir a paz. Finalmente, são exortados a permanecer firmes no seguimento de Cristo.
Cada um de nós pode ser santo. Ao presidir o Ângelus do último dia 1º de Novembro o Papa Bento XVI recordou que a santidade é o fim último da vida cristã. Convocou o Papa: "A solenidade de Todos os Santos que hoje celebramos nos convida a levantar o olhar para o Céu e a meditar sobre a plenitude da vida divina que nos espera", disse o Papa, ao recordar que "a santidade, imprimir Cristo em si mesmo, é a finalidade da vida cristã". Logo depois de mencionar a piedosa celebração dos Fiéis Defuntos no dia 2 de novembro, o Pontífice recordou que "a separação dos afetos terrenos é certamente dolorosa, mas não devemos temê-la, porque ela, acompanhada da oração de sufrágio da Igreja, não pode romper o vínculo profundo que une a Cristo".
"Queridos amigos, a eternidade não é um contínuo suceder de dias do calendário, mas é como o momento cheio de plenitude, no qual a totalidade nos abraça e nós abraçamos a totalidade do ser, da verdade, do amor".
Ser santo não é fácil, mas é possível. Ser santo não é ter a vida certinha como aqueles que se parecem com os fariseus, mas é querer seguir os ensinamentos de Jesus e, de repente promover uma mudança benfazeja em sua vida.
Maria, a mais santa de todos os Santos, nos ajuda continuamente e nos anima a seguir as pegadas de seu filho Jesus e de buscar a santidade de vida e de estado para já agora receber as consolações da vida eterna do céu. Ser santo é ser coerente, na fé e na vida, com os valores do Evangelho de Jesus Cristo, nosso Redentor!
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