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A oração, clamor que nasce de nossa pobreza
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
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No próximo domingo iremos refletir o Evangelho de São Lucas 18, 1-8, quando os dois personagens da parábola são: um juiz sem fé e sem lei, pouco preocupado em fazer justiça, e uma viúva, fraca, mas segura de seu direito e que se empenha em querer justiça.

O argumento de Jesus é simples: se um juiz iníquo termina por dar ganho de causa à viúva, quanto mais Deus, que é justo, fará justiça aos seus eleitos.

A oração de súplica não consiste em esperar de Deus que Ele próprio faça aquilo que não conseguimos realizar, como dar-nos o pão, curar nossas doenças... Jesus enfatiza um ponto essencial na oração cristã: nunca perder a coragem.

A oração, para ser agradável a Deus, deverá ser humilde, perseverante e feita com fé. Orar não é forçar Deus a fazer nossa vontade. Rezar é antes de tudo o reconhecimento de nossa dependência d’Ele. Às vezes, pensamos que Deus não ouve o clamor de seus eleitos, mas a justiça de Deus é infinitamente mais certa do que a nossa.

A oração não se reduz a fórmulas mais ou menos aprendidas, nem apenas a um recolhimento diante de Deus. O diálogo com Deus é perene, contínuo, ininterrupto, possibilitando-nos permanecer, durante todo o dia, numa atitude fundamental de amor.

O que nos desencoraja, na verdade, é o fato de que nem sempre percebemos o resultado da oração, mas isto é parte da própria natureza da oração: não podemos apreciar imediatamente seus resultados. Vamos rezar, não tanto para obter resultados imediatos, mas para resgatar a realidade em nós mesmos. Quem reza sem nada esperar de retorno obterá de Deus muitos resultados porque rezou e confiou. Quem reza, confia, receberá as graças de que necessita para viver bem e em paz!



 
 
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