Reconhecer e seguir o Messias padecente (Lc 9,18-24) |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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“O Cristo de Deus”. Essa afirmação de Pedro é que faz a diferença entre a fé autêntica e adesão a Jesus, fruto de uma pura veneração a ele, como homem e profeta extraordinário.
Conhecer a identidade real de uma pessoa não é fácil, pois temos sempre diante de nós um mistério maior do que a própria pessoa.
Ao responder a pergunta de Jesus, Pedro atinge o mistério divino. Há um contraste frequente entre as aparências, aquilo que pelos sentidos conseguimos entender e o que a fé nos pode revelar. Reconhecer Jesus como o Cristo é um ato de pura fé, de puro amor.
A pergunta é dirigida também a cada um de nós pessoalmente: Quem é, afinal, Jesus? Uma resposta sincera, livre, real pode alterar o significado de todo o nosso relacionamento, com Deus e com o mundo.
É preciso olhar Cristo para reconhecer o mistério da vida. Jesus mostra, com sua vida, o acesso à verdade, a Deus. A profissão de fé de Pedro coincide com as aspirações mais profundas do ser humano.
A certeza de sua morte na cruz é o caminho para conhecê-lo e segui-lo. O homem moderno, familiarizado com o comodismo e os fascínios de uma vida fácil, precisa redescobrir o significado e a necessidade da cruz como processo de libertação de tudo aquilo que impede o homem de encontrar Deus.
A ressurreição de Jesus é a vitória sobre as estruturas da morte. Ele não permite que inocentes e indefesos continuem morrendo à míngua, ou vítimas da violência, pois sua proposta é de vida e liberdade para todos.
É preciso que nós saibamos renunciar a tudo o que impede a vida e a fraternidade. Vamos assumir diariamente a causa de Jesus, que é a nossa cruz. Se nós o seguirmos, transformaremos o mundo.
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