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Ascensão do Senhor
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
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Após a ressurreição, Cristo manifestou-se diversas vezes aos discípulos, até o dia em que, à vista deles, elevou-se ao céu. Estava terminada a obra de salvação, e então, Ele podia partir deste mundo e se sentar à direita do Pai. Sendo o Mediador entre Deus e os homens, sua ascensão não significou deixar a humanidade entregue à própria sorte. Ele nos precede na pátria celeste. Nele, nossa natureza humana já foi introduzida na glória. A Ascensão de Cristo é nossa vitória. Dá-nos esperança de que, junto com Ele, estaremos na mesma glória. Como membros do seu Corpo, deveremos estar unidos lá onde já está Aquele que é nossa Cabeça.

A solenidade da Ascensão de Jesus faz parte das celebrações pascais que atualizam a vida de Jesus. Não a celebramos simplesmente para demonstrar admiração ou espanto diante de um possível fato maravilhoso.

A Ascensão concretiza a etapa final da revelação do plano de amor de Deus, em favor do homem. A um ato salvífica de Deus, que integra a Páscoa definitiva da humanidade em Cristo, iniciada com a anunciação do anjo a Maria.

O destino de Jesus é o retorno ao Pai, ao qual também nós estamos destinados. Nossa caminhada na terra tem um objetivo definido e transcendente: viver entre a realidade visível como se víssemos o invisível. A Ascensão de Cristo é a ascensão de todo ser humano: é a etapa definitiva da história de todos nós.
O objetivo de toda a criação e de todo o mistério da vida de Cristo é o céu onde Ele está. O céu, porém, não é um lugar, mas uma experiência plena de amor, que é o próprio Deus.

O céu é a visão de Deus, é a felicidade eterna. É o fim para o qual deve ser orientada nossa vida presente. Se nossa sorte está ligada a Cristo, com sua ascensão àquele mundo feliz e a nós desconhecido, o objetivo de nossa vida é transferido desta terra para o céu. “A nossa pátria está no céu: não temos aqui cidade permanente, mas andamos em busca daquela futura”. (Hb l13,14)

De que serviriam tantos sacrifícios que fazemos, se não fossem interpretados e vividos como a necessária fadiga para alcançar uma alegria eterna? É a grande esperança que trazem no coração tantos que nos estão próximos e dos quais aprendemos como se caminha na vida para o céu.

Temos de olhar a vida temporal, este pequeno espaço a nós concedidos por Deus, não como uma aventura, mas como um valor que realmente nos remete à razão pela qual Deus nos criou: aprender a estar sempre com Ele já aqui na terra, a fim de estarmos preparados para estar com Ele eternamente no céu. É esta a missão que Jesus deixou aos apóstolos, saudando-os antes de subir ao céu.

Por isso nestes dias em que se celebra em Brasília, Distrito Federal, o XVI Congresso Eucarístico Nacional em que todos nós somos chamados a estar em sintonia para termos a consciência de que a Eucaristia é o centro da vida cristã e o alimento nosso de cada dia para vivermos melhor, aqui e agora, a presença de Nosso Salvador. Fica conosco Senhor!



 
 
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