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Santa Tereza de Ávila
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
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Teresa Sanchez Cepeda Davila y Ahumada nasceu em Ávila, Castela, em 28 de março de 1515. Era a terceira do casal Alonso Sanchez Cepeda e Beatriz Davila y Ahumada. Ela faleceu a 4 de outubro de 1542, mas por causa das reformas no calendário litúrgico, considera-se a data de sua morte 15 de outubro. Foi beatificada em 1614 pelo Papa Paulo V e canonizada em 1622 por Gregório XV, com comemoração em 15 de outubro. Em 27 de setembro de 1970, foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa Paulo VI.

Bem, o grande legado à Igreja dessa Santa mística foi a reforma do Carmelo e sua contribuição para a experiência metódica da oração pessoal na busca de uma intimidade maior com Deus.

Santa Teresa parte da oração vocal, que havia praticado com as irmãs agostinianas, mas tece-lhe críticas, pois no seu entendimento deve-se pensar no que se diz e não recitar muitas fórmulas e mexer com os lábios.

Segundo ela, o espírito deve esvaziar-se, a imaginação e o entendimento calar-se. É a oração de recolhimento, na qual a alma deve aprender a amar.

Ela se fixa nos mistérios da humanidade de Cristo, no seu sofrimento e pouco a pouco abandona o ser e o espírito, desinteressando-se de si mesmo. A alma vive e vê, numa palavra, contempla. É uma oração ativa, laboriosa, voluntária e perseverante.

Falando as irmãs do Carmelo diz: “Não sabeis o que é oração mental. Nem como se faz a vocal. Nem o que é contemplação... Comecemos por nos perguntar a quem vamos falar, e quem somos. Não podemos dirigir a um príncipe de modo tão informal quanto a um trabalhador ou a pobres criaturas como nós, a que se pode falar de qualquer jeito, e sempre está muito bem!” “Dirige a Deus cada um dos teus atos, oferece-os e pede-lhe que seja com grande fervor e desejo de Deus. Em todas as coisas, observa a providência de Deus e sua sabedoria. Em tudo, envia-lhe o teu louvor. Em tempo de tristeza e de inquietação, não abandones nem as boas obras de oração, nem a penitencia a que estás habituada. Antes as intensifica. E verás com que “prontidão o Senhor te sustenta.” “Que teu desejo seja ver Deus. Teu temor, perdê-lo. Tua dor, não te comprazeres na sua presença. Tua satisfação, o que pode conduzir-te a ele. E viverás numa grande paz.” “Quem verdadeiramente ama a Deus, ama tudo o que é bom, quer tudo o que é bom, favorece tudo o que é bom; louva todo o bem, com os bons se junta sempre, para apoiá-los e defendê-los. Em uma palavra, só ama a verdade e o que é digno de ser amado.” “Quando recito o pai-nosso, será um sinal de amor lembrar quem é esse Pai e também quem é o Mestre que nos ensinou essa oração. “Ò meu Senhor, como vos mostrais Pai de tal Filho, e como vosso Filho revela que veio de tal Pai. Bendito seja para sempre. Pai nosso, que estais no céu... Com quanta razão a alma estaria em si; poderia então elevar-se acima de si mesma e escutar o que lhe ensinaria o Filho bendito sobre o lugar em que – afirma ela – está o Pai. “Deixemos a terra, minhas filhas; não é justo que apreciemos tão mal um favor como esse, e que, depois de ter compreendido sua grandeza, continuemos sobre a terra.” (cf. Orações e recomendações de Santa Teresa, extraídas do livro: “Orar com Santa Teresa de Ávila – Edições Loyola – 1987.)

Assim, orar com os métodos de Santa Teresa de Ávila, nos leva ao encontro pessoal com nosso Deus e Pai, uma vez que a oração segundo nos ensina essa grande mística é um trato de amizade entre a alma e Deus. A oração vem as ser, assim, um caminho que nos leva à fonte de todo bem, Deus, e com a oração aprendemos a relação de dependência que nos faz viver as entranhas maternais desse Deus que vela por todos nós. Termino com a consagrada prece de entrega a Deus de nossas preocupações e inquietudes, pois, para quem encontra Deus nada lhe falta. Só Deus é que preenche todo o nosso ser:


“Nada te inquiete, nada te amedronte,

Tudo passa,

Deus não muda,

A paciência tudo alcança;

A quem tem Deus, nada falta,

SÓ DEUS BASTA.”

Santa Tereza de Ávila rogai por nós.



 
 
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