O bispo de sua orquestra |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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O dom do episcopado trata-se do exercício do ministério de unir a grande diversidade de dons existentes no Corpo de Cristo em sua Diocese para que todos funcionem bem e de modo harmônico visando a edificação do mesmo corpo e o testemunho missionário da Igreja.
O bispo preserva a unidade dos carismas. Ele não acumula carismas, mas tem o dever de integrá-los e harmonizá-los, principalmente quando um carisma quer sobressair-se, colocando em risco a unidade do corpo.
Tem-se esse aspecto do ministério episcopal como a função do regente de uma orquestra sinfônica, isto é, ele não toca nenhum dos instrumentos da orquestra, mas sua ação é que possibilita que todos os instrumentos toquem no momento devido, da forma devida, de maneira a resultar numa harmonia.
Ele não é a orquestra, mas a orquestra se reconhece na pessoa dele. Não é ele que manda na orquestra, mas tampouco a orquestra manda nele.
Ambos obedecem à mesma partitura que no caso é a Palavra de Deus. Ambos estão sob a Palavra, o Verbo de Deus. Naturalmente, um regente não precisa saber tocar todos os instrumentos da orquestra e nem mesmo poderia fazê-lo. Porém, deve saber coordenar os instrumentos que são os dons e carismas, a fim de que toquem no momento certo.
Usando de modo competente sua autoridade como regente, a orquestra há de se reconhecer nele, pois toda orquestra sabe que sem seu regente, não conseguirá executar uma sinfonia de modo adequado. Tal como os músicos de uma orquestra reconhecem em seu regente o princípio da unidade, os diversos carismas de uma diocese (tanto do ministério ordenado quanto do chamado “ministério leigo”) devem reconhecer em seu bispo o elo da unidade diocesana.
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