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Indulgência: precioso meio de santificação
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 
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Continuamos a falar sobre as indulgências concedidas pela Santa Igreja, para que os féis católicos de nossa Arquidiocese de Juiz de Fora possam bem conhecer os privilégios que este tesouro nos assegura e como alcançá-los. Se por elas podemos obter para nós mesmos e para as almas do Purgatório, como aludimos noutra ocasião, “a remissão das penas temporais, seqüelas dos pecados” (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1498), logo elas são um meio de santificação, pois apaga todo resquício das nódoas que a corrupção da graça nos deixa na alma. E o Corpo Místico de Cristo, movido pela graça do Espírito Santo, concede, por meio das obras indulgenciadas, essa oportunidade de se avançar no caminho à Perfeição.

Neste Ano Paulino, nossos diocesanos já conhecem uma forma de poder lucrar a Indulgência Plenária, conforme amplamente discorrido acerca do Decreto nº 025/2008. Entretanto, existem outros meios de alcançá-las, sejam elas plenas ou parciais, pela oração, peregrinação, esmola, obra de misericórdia etc. Ressalta-se, contudo, a necessidade de se fazer uma boa confissão, participar da Santa Missa e receber a Sagrada Comunhão, condições sine qua non para receber esse privilégio concedido pela Igreja, além do ardente desejo de obter a remissão de todos os seus pecados e a disposição de não reincidir no erro.

Existe uma série de orações e de obras pias por meio das quais a Sé Apostólica concede indulgências. Objetos de piedade usados com respeito e veneração, como crucifixo ou cruz, rosário, escapulário, medalha, desde que abençoados por um sacerdote ou diácono podem conceder indulgência parcial; se abençoados pelo Santo Padre ou por um bispo ou padre delegado pela Cúria Romana pode se obter até indulgência plenária.

De acordo com o Manual das Indulgências, pode-se lucrar a Indulgência Plenária fazendo uma adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos meia hora por dia ou, pelo mesmo período, a leitura espiritual da Sagrada Escritura, o piedoso exercício da Via Sacra ou a recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório, sozinho ou em comum, sempre participando dos sacramentos da Penitência e da Eucaristia e rezando nas intenções do Santo Padre. É a autoridade do Sucessor de Pedro abrindo, com as chaves que lhe foram confiadas, as portas da misericórdia a todos que desejam desfrutar desses benefícios.

Sobre as intenções do Papa, que sempre ouvimos dizer, devemos estar atentos ao que o Sumo Pontífice nos recomenda em nossas orações. Atualmente, o Apostolado da Oração é o grande propagador das intenções que o Papa pede a que ofereçamos nossas preces e obras. Para o Ano Paulino, especificamente, Bento XVI oferece as orações pela “evangelização, comunhão na Igreja e unidade plena de todos os cristãos: rezemos por estas grandes intenções, confiando-as à intercessão celeste de Maria Santíssima, Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos”, recomendou o Santo Padre no dia 29 de junho último.

Queiram, portanto, nossos fiéis diocesanos, empenharem-se para bem aproveitar as graças que nos são concedidas durante as comemorações dos dois mil anos do Apóstolo Paulo. Com a proteção de Nossa Senhora, a Virgem do Silêncio, aprendamos a ouvir o que seu Divino Filho quer de nós, na meditação da Palavra e na participação da Sagrada Eucaristia. Com a reta disposição de buscar, sempre mais, a intimidade com Nosso Senhor, obteremos, certamente, os frutos que a Santa Igreja nos concede por meio dos privilégios especialmente concedidos nesta celebração.



 
 
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