Não somos máquinas, somos mãos que afagam e transformam |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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Maio mês cheio de comemorações importantes: mês de Maria, a mãe de Jesus, nosso Salvador; (04) – Ascenção do Senhor – Dia Mundial das Comunicações Sociais; 04 a 10) – Semana de Orações pela Unidade dos Cristãos, com o tema: “Rezai sem cessar” (1 Ts. 5, 17); (11) – Solenidade de Pentecostes –Dia das mães; (22) – SSmº. Corpo e Sangue de Cristo; (30) – Sagrado Coração de Jesus; (31) – Visitação de Nossa Senhora.
Porém, escolhi o Dia 1º/05, Festa de São José Operário, para enviar a minha emnsagem aos trabalhadores, no “Dia Internacional da Classe Trabalhadora”, que neste ano tem o seu Lema: “Não somos máquinas, somos mãos que afagam e transformam".
“Façamos o homem e a mulher à nossa imagem” (Gn, 1, 26) e Deus viu que tudo era bom, tudo era muito bom!
Das mãos criadoras de Deus surgiu a vida e das mãos humanas co-criadoras nasce o belo, as novas formas de organizar a vida, toda essa grande maravilha que habita todo o universo, pelo qual somos extremamente responsáveis e devemos cuidar. O ser humano, a máxima expressão de vida, é obra do trabalho “cuidadoso” de Deus que tudo plasmou e cuidou com muito carinho, porque tudo era muito bom e bonito.
O grão que se transforma em pão para nos alimentar é obra do trabalho “cuidadoso” do agricultor, do padeiro, da cozinheira. A roupa que vestimos é obra de arte das mãos artísticas e sensíveis de quem as confeccionou com muito carinho, é realização.
É por estes e tantos outros motivos que neste 1º de maio queremos erguer a bandeira da vida digna com humanização do/a trabalhador/a.
A Sagrada Escritura, nas suas primeiras páginas, diz que após Deus realizar a sua obra, a criação, ele “descansou de seu trabalho”. (Gn 2,3). É também uma alusão à situação do povo, que, no Exílio da Babilônia, trabalhava sem descanso. Neste sentido, a Pastoral Operária, ao anunciar que os humanos não são máquinas, mas seres possuidores de mãos transformadoras afirma que o trabalho pode ser co-criação com Deus, quando realiza e humaniza aqueles e aquelas que o fazem.
Diante da barbarização do trabalho que sacrifica tantas vidas humanas, precisamos dar continuidade à obra da criação de Deus.
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