Convite ao sacramento da confissão |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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As foranias da Arquidiocese de Juiz de Fora realizaram o mutirão de confissões. Este mutirão foi compreendido como a reunião de todos os padres de uma forania de nossa Arquidiocese que se reuniram, dia a dia no período que antecedeu esta Semana Santa, em uma das Paróquias que compõem a sua respectiva forania para o atendimento de confissão auricular, ou seja, o atendimento de confissão individual.
Infelizmente, por descuido ou mesmo por falta de amor ao sacramento da confissão, em muitos lugares foi sendo substituída a confissão individual pela confissão comunitária. Isso é um abuso! Ao fiel deve ser facultado o direito de se confessar, como manda o mandamento da Igreja, de maneira individual uma vez por ano pela Páscoa da Ressurreição.
O Papa Bento XVI, ainda há duas semanas, considerou que «hoje é necessário fazer quem se confessa vivenciar a ternura divina pelos pecadores arrependidos que tantas passagens evangélicas mostram com tons de intensa comoção». Recordando o exemplo da pecadora perdoada no Evangelho, o Papa afirmou: «a quem muito ama, Deus tudo perdoa».«Quem confia em si mesmo e em seus próprios méritos fica cego por seu eu e seu coração endurece no pecado. Pelo contrário, quem reconhece que é fraco e pecador se encomenda a Deus e dele alcança a graça e o perdão». «Esta é precisamente a mensagem que deve-se transmitir – acrescentou – o que mais conta é dar a entender que no sacramento da Reconciliação qualquer pecado que se cometeu, se se reconhece com humildade e se aproxima com confiança do sacerdote confessor, se experimenta sempre a alegria pacificadora do perdão de Deus».
O Santo Padre Bento XVI faz um apelo aos sacerdotes, que nós também pedimos aos nossos queridos padres: que os confessores «ressaltem o íntimo laço que se dá entre o sacramento da Reconciliação e uma vida orientada totalmente à conversão». «É necessário que entre a prática do sacramento da Confissão e uma vida orientada a seguir sinceramente a Cristo se estabeleça uma espécie de “círculo virtuoso” inexorável, no qual a graça do sacramento sustente e alimente o compromisso de ser discípulos fiéis do Senhor».
Quem procura o confessionário deve estar aberto ao arrependimento, acusando os seus pecados de maneira livre e direta, pedindo o perdão sacramental e fazendo o bom propósito de não mais pecar. Cabe ao confessor acolher bem quem se dispõe a buscar a reconciliação com Deus, com a Igreja e consigo mesmo. A predisposição de uma acolhida sincera não só pelo sacerdote, mas pela comunidade, providenciando formas especiais de acolhida, de preparação devida para a confissão, com um exame de consciência total, não tendo medo de colocar a mão nas suas feridas espirituais, temporais, familiares e até comunitárias. Confessar-se de uma maneira transparente, como volta aos vínculos de Deus e da Igreja é o que esperamos dos fiéis.
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