Santa Maria, Mãe de Deus. |
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG. |
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Feliz Ano Novo! É a saudação que ressoa por todo o canto nestes dias que antecedem, na cronologia civil, o início de mais um ano. Desejamos a todos que o novo ciclo seja de felicidade e de paz e que todos possamos concluí-lo com a serenidade de espírito a consciência do dever cumprido.
Para nós, cristãos, temos um motivo a mais para comemorarmos a passagem de mais um ano em nossas vidas na esperança de um crescimento pessoal e social até atingirmos a plenitude da idade de Cristo, até a plenitude da Redenção. É a presença e a proteção daquela que nos deu o Filho de Deus.
Colocamos nossas vidas e o destino da Humanidade nas mãos de Maria, como o próprio Deus a Ela entregou seu Filho. “Maria, por ser mãe, é, junto com Cristo, o centro e a convergência na história da salvação” (Cf. Inacio Larañaga – O silêncio de Maria).
O plano divino é a transformação do mundo. Discípulos-Missionários de Cristo e por Ele enviados a esta missão, o começo de um novo ano deve nos dar ânimo na caminhada para transformar o coração do homem. Fazer-nos todos passar da escravidão da lei do egoísmo à liberdade do amor.
De nada valem os votos vazios, animados apenas de uma aspiração pelos bens materiais, por muitos anos de vida se esta vida não tem sentido, que ultrapasse os sentidos.
Diferentemente, se temos a certeza da fé numa vida eterna na amplitude do amor, então este momento é de esperança. Os votos têm uma dimensão humana que culmina, pela fé, “com a realidade dos bens esperados, a prova das coisas que não se vêem” (Cf. Hb. 11, 1).
Maria acreditou. Por isso, logo após a encarnação do Verbo, naquele mistério insondável, quando por força do Espírito Santo foi fecundado o germe que dela nascia, na união hipostática de Deus e do homem numa só pessoa, Isabel pode saúda-la: “Bem-aventura aquela que acreditou que se cumpriria o que lhe foi dito da parte do Senhor. (Cf. Lc. 1,45)
Em seu seio, após o seu “sim” de submissão à vontade do Pai, ela se tornava Mãe de Deus. Maria não é apenas Mãe de Cristo, enquanto homem, mas também Mãe de Jesus Cristo, enquanto Pessoa divina do Verbo. Nela, a Humanidade assumiu a Divindade e o Divino assumiu o humano, numa única pessoa, gerada em seu seio: Jesus Cristo.
São Cirilo de Alexandria, no Concílio de Efeso, em 431, quando a Igreja dava seus primeiros passos teológicos depois de três séculos nas catacumbas e nas arenas, servindo de pasto às feras, pode exclamar com júbilo e alegria incontida: “Santa Maria, Mãe de Deus”.
Essa maternidade divina a insere por inteiro na Igreja e em cada um de nós. Gerando Jesus, gerou-nos também para a graça que dele recebemos. É a aurora na história da salvação, aquela que antecede o raiar do sol, o Sol da Justiça, Cristo Senhor.
No ano que começa, a Igreja, como mãe que, ao acordar os filhos pela manhã abre-lhes a cortina, ela afasta as névoas e já vemos a luminosidade do Sol que vai nascer.Por Ela nos veio a Luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo, Por Ela nos veio o calor que penetra todas as coisas.
Se as trevas do pecado ainda se manifestam, tornando sombrios tantos destinos, não tenhamos medo, nem sucumbamos ao desânimo.
Amparados pelas mãos de Maria, podemos iniciar o ano seguros de que participaremos da Luz de Cristo e que a levaremos em missão ao mundo abrindo os corações ao amor.
A Mãe de Deus está conosco. E com Ela podemos engrandecer ao Senhor que nela realizou maravilhas. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós!
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