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A mensagem da Páscoa
Por: Pe. Elílio de Faria Matos Júnior
Vigário Paroquial da Paróquia Bom Pastor
Juiz de Fora, MG
 
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O mês de março é assinalado pela celebração da maior festa cristã, a Páscoa. Por mais que nos aproximemos no mistério pascal, ainda resta algo que nos escapa. Sim; a Páscoa do Senhor Jesus trouxe algo de absolutamente novo ao homem. Trouxe a perspectiva da imortalidade e da divinização, como atesta a II Carta de Pedro: "... nos foram dadas as preciosas e grandíssimas promessas, a fim de que assim vos tornásseis participantes da natureza divina" (1,4).

Tal mistério é muito alto, pois que nos projeta para além da nosso mundo natural e nos faz penetrar a própria vida de Deus. Mas eu diria que só este mistério assim tão excelso é, na verdade, digno do homem.

O homem não se deve contentar com o corriqueiro e o trivial. O homem é aberto ao infinito, ao transcendente. Por sua inteligência e vontade espirituais, ele ultrapassa infinitamente a natureza. Por isso, só Deus é digno dele, só o Absoluto de Deus pode saciá-lo.

O mundo atual tende a nos tornar presas do finito ao nos "forçar", de inúmeras maneiras, a viver a partir da exterioridade. É o que se pode chamar de dissipação da vida moderna. O consumismo, o hedonismo, a sedução das novas tecnologias... tudo isso tira, de algum modo, o homem de si mesmo, de sua interioridade, fazendo-o viver na superficialidade.

Sem o cultivo da vida interior, o homem jamais poderá alcançar a verdade sobre si mesmo. A mensagem do cristianismo faz apelo justamente ao homem integral, e, de modo especial, quer atingi-lo em sua interioridade profunda, que é abertura a Deus.

Cristo veio revelar o homem ao próprio homem. Na verdade, o grande desafio que se levanta ao homem atual consiste exatamente em buscar uma sabedoria de vida tal que lhe permita viver, em meio às agitações da vida moderna, de acordo com o seu ser mais profundo. É preciso buscar a arte de ser retamente homem.

A filosofia, na Antigüidade, havia buscado a arte de ser retamente homem, a arte de viver e de morrer. Cristo, com efeito, apresenta-se como "o filósofo", que, com o mistério de sua paixão, morte e ressurreição, ensina-nos a viver e a morrer, revela-nos a nós mesmos quem é que somos à luz do Plano de Deus e o que devemos fazer para alcançar a vida eterna que n´Ele brilhou com fulgor no domingo da ressurreição.

Feliz Páscoa a todos!



 
 
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