É mesmo?

Mensagens e historinhas para catequese

Não há nada de oculto que não venha a ser revelado

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Havia, certa vez, um jovem monge anacoreta que vivia sozinho no silêncio de uma montanha, dedicado à oração, ao estudo da Palavra de Deus, ao trabalho e à prática de penitências. Era um jovem alto e esbelto. Todos o reverenciavam profundamente por sua vida digna.

Perto, havia uma vila rural, onde existia uma linda garota. Um dia, esta menina ficou grávida. Encolerizados, os pais exigiram saber quem era o pai. Ansiosa e embaraçada, a moça disse que era o munge da montanha.

Nervosos, os pais foram até a cabana do monge e o confrontaram com a acusação da sua filha. Ele disse apenas: "É mesmo?" Daí para frente, todo o povo da redondeza passou a considera-lo um crápula, um covarde.

Quando a criança nasceu, era um menino, os pais o levaram ao monge e exigiram que tomasse conta da criança, uma vez que era o pai. "É mesmo?", disse calmamente o anacoreta, enquanto pegava o menino.

Por muitos meses, ele cuidou com carinho da criança. Dava banho, trocava fraldas, mamadeira...

Até que a menina não aguentou mais sustentar a mentira e confessou que o pai verdadeiro era um jovem da vila. Disse que não tinha havido nada entre ela e o monge, e que inventou essa mentira porque queria proteger o rapaz.

Os pais imediatamente foram ao monge, constrangidos, para ver se ele poderia devolver a guarda do bebê. Com profusas desculpas, eles explicaram o que tinha acontecido. "É mesmo?" disse o anacoreta, enquanto devolvia a criança.

Havia o costume, na vida monástica, de os monges não se defenderem quando eram acusados. Eles se baseavam nas palavras de Jesus que disse: "Não há nada de oculto que não venha a ser revelado" (Mt 10,26). Também: "Quando vos entregarem ao tribunal, não vos preocupeis em como ou o que falar... porque não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai que falará em vós" (Mt 10,19-20).

Adaptação: Pe. Queiroz
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