Despojamento
No fim perdemos sempre, tudo o que temos perdemos, a morte encarrega-se disso.
Mas ao menos que, enquanto tivermos, tenhamos a certeza de ter completamente e de viver a intensidade de dar e receber de forma inteira e infinita.
Que seja uma entrega sem reservas e sem limites, porque só quem tem essa disponibilidade acima de si mesmo, pode entender a dádiva no seu pleno sentido e valorizar, de forma justa, aquilo que nos chega pela mão do Amor.
Porque há no Amor uma condição implícita: o despojamento. Temos de saber ficar sem nada para valorizar a grandeza do que nos é dado e poder dar o que sentimos com a mesma generosidade com que o recebemos.
Assim ame eu, em total despojamento.
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