As escolhas que devo fazer
Embora não tenhamos escolhido a época em que viveríamos, podemos, contudo, escolher nossas atitudes, bem como a maneira e a proporção como iremos participar dos acontecimentos vivos que nela se desenrolam.
Escolher o mundo não é, portanto, apenas a admissão piedosa de que o mundo é aceitável porque vem das mãos de Deus.
Trata-se, em primeiro lugar, da aceitação de uma missão, de uma vocação no mundo, na história e no tempo.
No meu tempo, que é o presente. Escolher o mundo é escolher fazer o trabalho de que sou capaz, em colaboração com aqueles que caminham ao meu lado, para tornar o mundo melhor, mais livre, mais justo, mais habitável, mais humano.
E agora se tornou totalmente óbvio que a mera "rejeição automática do mundo" e "desprezo pelo mundo" não é, na verdade, uma escolha, mas uma fuga da escolha.
A pessoa que pretende poder dar as costas às situações conflitantes e que carecem da misericórdia que vem de Deus, e age como se elas não existissem, está simplesmente blefando.
O grande problema do nosso tempo não é formular respostas claras para questões teóricas bem definidas, mas enfrentar a alienação autodestrutiva do homem em uma sociedade dedicada, em tese, a valores humanos e, na prática, à busca do poder pelo poder.
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