Jesus quer pessoa íntegra

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Ao realizar uma cura, Jesus restitui a dignidade e identidade, devolve a esperança.

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Ouvir e falar são necessidades fundamentais do ser humano. Trata-se ainda de duas faculdades complementares, tanto é que a deficiência de uma pode prejudicar a outra. Também é recomendável que uma não invada o espaço da outra, uma vez que, para ouvir, se deve evitar falar e, quando se fala, normalmente não se ouve o outro.

O surdo-mudo do evangelho não possuía essas duas propriedades e por isso o Senhor lhe devolve a possibilidade de ouvir e falar.

Ser surdo e mudo significava ser excluído do convívio social, ter a vida diminuída, não poder ouvir a palavra de Deus, o que era visto como castigo.

Jesus, ao curá-lo, reintegra-o, restitui-lhe dignidade e identidade, devolve-lhe a esperança.

As palavras e os gestos de Jesus provocam nova criação: "Ele tem feito bem todas as coisas" (Mc 7,37; cf. Gn 1,31).

O relato do evangelho assume significados simbólicos: pode representar, por exemplo, as pessoas que têm o ouvido fechado à palavra e aos apelos de Deus e, com isso, recusam o seu dom. Quantos convites Cristo nos dirige e nós fazemos de conta que não ouvimos ou que não é conosco!

Pode representar também todos os que se fecham aos apelos dos irmãos e irmãs necessitados. Nossas comunidades comportam-se como surdas quando não dão ouvido aos gritos dos pobres e das vítimas da injustiça, quando não se comprometem com sua libertação.

Há, além disso, surdos e mudos que continuam, ainda em nossos dias, negando o direito que toda pessoa tem a uma vida digna: um teto para se abrigar, um pedaço de chão para plantar e colher, um emprego digno e justo com o qual sustentar a própria família...

São surdos-mudos todos os que se enclausuram em si mesmos, não se abrem aos outros, não criam um canal de comunicação com os semelhantes nem reconhecem suas necessidades...

Pe. Nilo Luza, ssp