Especial - A Bíblia
 
O livro do Deuteronômio
Enviado por: Eldécio Luiz da Silva
Cursando Teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário
Diocese de Caratinga do regional Leste II Paróquia Divino - MG.
 
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O último livro do Pentateuco recebeu este nome que significa exatamente segunda (deuteros) lei (nomos).

Na realidade, não se trata de uma segunda Lei, mas de uma segunda cópia da Lei. A maior parte do livro é formada por leis que repetem muitas vezes as apresentadas em Ex e Lv.

Na Bíblia Hebraica, esse livro é denominado Palavras, com referência aos discursos de Moisés nele contidos.

Sua colocação no final do Pentateuco se deve à sua geografia e cronologia. É situado na região de Moab, no último ano da peregrinação pelo deserto, pouco antes da entrada na terra prometida.

O livro é formado por três discursos de Moisés, pronunciados em Moab pouco antes de sua morte. O objetivo dos discursos é confirmar a aliança do Sinai:

● primeiro discurso de Moisés – Dt 1, 1-4, 40.

● segundo discurso de Moisés (primeira parte) Dt 4, 41-11,32.

● segundo discurso de Moisés (segunda parte) Dt 26, 16-28, 69

● terceiro discurso de Moisés – Dt 29, 1-30, 20

● apêndice histórico – Dt 31-34.

Embora os discursos do Deuteronômio sejam atribuídos a Moisés, seus verdadeiros autores e destinatários não viveram no século XIII a C., mas provavelmente no século VIII. O livro foi se formando gradativamente entre 750 e 400 a C.

Provavelmente o núcleo central do livro (4, 1-28; 5, 1-9, 10; 12, 1-28, 46; 30, 11-20; 31, 9-13) foi redigido por um levita no reino de Israel nos meados do século VIII a C. Ele parece reunido a pregação de levitas itinerantes que percorriam o País, ensinando a Lei e relembrando a aliança do Sinai.

Por ocasião da destruição do reino de Israel, em 722 a C, o texto original do Deuteronômio foi trazido para o reino de Judá, talvez junto com o documento eloísta. Provavelmente o rei Ezequias (715-687 a C) serviu-se deste documento na sua reforma religiosa. O livro teria então recebido alguns acréscimos. Mas na reforma religiosa de Josias (640-609 a C), quando por ocasião da restauração do Templo (622 a C), se encontrou o Livro da Lei.  Os biblistas concordam em afirmar que este livro é o Deuteronômio.

Os dois grandes protagonistas do Livro são Deus e Israel. O Deus de Abraão, Isaac e Jacó que se revelou a Moisés no Monte Sinai, escolhendo para si um povo dentre todos os povos da terra. Esta escolha amorosa exige de Israel uma resposta amorosa.

Os homens se uenm por meio de pactos e alianças. Deus aceitou este modo dos homens se relacionarem e uniu-se a eles através da aliança.

Este importante tema perpassa todo o Pentateuco. Os escribas que fizeram a última redação dos cinco livros estruturaram todo o texto com base na teologia da aliança divididos em quatro períodos:

1 – A criação até Noé;

2 – De Noé a Abraão;

3 – De Abraão a Moisés;

4 – De Moisés a Josué.

A primeira é descrita em Gn 9,1-17, o arco-íris no céu é o seu sinal.

A aliança com Abraão foi depois renovada com Isaac e Jacó.

A aliança do Sinai é a mais importante de todas. Ela determina o nascimento do Povo de Deus.

Enquanto as alianças com Noé e Abraão eram muito mais uma promessa gratuita de Deus, a do Sinai requer maior participação humana.

A aliança de Siquém marca o quarto período. Josué propõe ao povo servir a Javé ou a outros deuses, o povo se compromete a servir exclusivamente a Javé.



 
 
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