Liturgia Dominical
Solenidade da Ascensão do Senhor - B
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"Homens da Galiléia, por que estais admirados, olhando para o céu? Este Jesus há de voltar, do mesmo modo que o viste subir, aleluia!"

Meus queridos irmãos,

A festa da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo é transferida para o domingo seguinte por uma decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, para que todos pudessem participar da celebração nesta importante festa.
A liturgia desta solenidade nos encanta pela palavra do Redentor: A SANTIFICAÇÃO DA VERDADE, que Jesus pede ao Pai, na hora de sua despedida, para os seus discípulos. A verdade em São João é, antes de tudo, a revelação do ser de Deus no seu Filho, mais especificamente, na “hora” deste, ou seja, sua morte, a manifestação da glória de Deus, de seu mais íntimo ser, pois Deus é amor, conforme vimos no último domingo.

A verdade é, pois, o amor de Deus que se revela para nós, na doação de seu Filho. Jesus pede que seus discípulos sejam santificados nesta verdade. Jesus se dedica a Deus, assumindo a obra da revelação do amor até o fim. Nisto, torna-se inteiramente palavra de Deus, e esta palavra é a verdade.

Irmãos e Irmãs,

A Ascensão celebra a glorificação de Jesus que, voltando ao Pai, depois de cumprida a sua missão na terra, Ele reaparece em sua gloriosa condição divina que, no momento da encarnação, havia ocultado. Jesus volta vitorioso sobre o pecado e vencedor sobre a morte.

O Filho de Deus que hoje sobe aos céus não é o mesmo que desceu. Ao se encarnar no seio da Bem-aventurada Virgem Maria, ele era só Deus. Hoje, ele retorna ao Pai em divindade e também com sua humanidade, com a nossa carne humana. Por isso hoje, a Igreja celebra a solenidade e a festa do envio para a missão.

A exaltação de Jesus está intimamente ligada ao mistério da Igreja e à sua missão. Jesus entrega à comunidade eclesial a continuidade de sua missão. A missão é única de Jesus e da Santa Igreja Católica, uma missão salvadora que se realiza com a mesma graça santificante. Somos membros do Corpo Místico de Cristo Ressuscitado e a sua subida não significa afastamento, mas um novo modo de estar presente no meio de nós: “Já não sou eu quem vive, é Cristo quem vive em mim” (Gal 2,20), já sentenciava São Paulo para demonstrar a presença contínua de Cristo na vida da Santa Igreja e na nossa vida de caminhada de fé.

Meus queridos irmãos,

O Evangelho de Mc 16,15-20 ensina que Jesus subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai, numa significação do poder divino que Ele tem sobre o céu e a terra. O glorioso Cristo possui um poder igual ao Divino Pai Eterno. Um poder em comunhão com o poder do Pai. O Homem Deus sobe ao céu para realizar a plenitude de todos os desejos da criatura humana. Por isso, a Ascensão é uma festa missionária, festa de envio.

O Evangelho anuncia a novidade cristã pela Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. A partir deste evento, todos somos convidados a crer. Recebendo o Batismo, todos estão configurados como sacerdotes, sendo aceitos no grêmio do Reino de Deus. A missão de batizados é a missão: a nova evangelização, anunciar a salvação a todos os povos e convocar as gentes para a santidade de vida. O próprio Jesus, com a sua autoridade, nos envia para a missão. Jesus envia a todos, santos e pecadores, para os santos e para os pecadores, especialmente para aqueles que estão à margem da sociedade e à margem da Igreja, que muitas vezes mais dividem do que unem.

A missão é destinada aos homens e às mulheres de boa vontade: nas mãos do homem que matou é posto o mistério da vida eterna, da vida que nos salva. Os homens que se amesquinharam, os homens que se calaram, hoje são convidados a assumir o mistério da palavra, são convidados a serem apóstolos, a serem enviados em nome de Deus.

Mas, qual é a missão dos apóstolos? Expulsar os demônios, falar em línguas novas, impor as mãos aos enfermos e curá-los, lidar com serpentes e venenos, sem conseqüências. Para que esta missão? Os homens de hoje vivem cercados e iludidos de impedimentos. Tanta coisa nos é proposta, mas, na verdade, impede nossa essencial dimensão para Deus ou a necessária dimensão para o próximo, a difícil dimensão para o equilíbrio do nosso eu. A todos esses empecilhos a Sagrada Escritura chama de ídolos, de pecados.

Quantas vezes nos iludimos com os ídolos da vida moderna? Quantas vezes o hedonismo, o sexo desvairado, o ter, o poder, o consumir, a permissividade tomou lugar da santidade que vem do Ressuscitado em nossa vida? O dinheiro e o poder tomam mais lugar em nossa vida do que a vida de fé e a vida de comunidade. Será por quê? Estamos afastados de Deus? Estes são os demônios da vida moderna!

Em tempos de muitos discursos messiânicos e de muitas Seitas que estão por aí para espoliar a ignorância da gente iletrada a VERDADE DE CRISTO é a seguinte: FIDELIDADE, EMPENHO PESSOAL, ESPERANÇA A TODA PROVA, CONSOLAÇÃO, PARTILHA E ALEGRIA. Nos homens e mulheres, santos e simples da roça e da cidade, encontramos a honestidade e a lisura de vida, com princípios que vencem a luxúria, o comodismo e o esbanjamento dos dias modernos, mantendo a fidelidade ao mandato do Senhor Ressuscitado.

Ascensão quer significar UNIVERSALIDADE DA SALVAÇÃO. Jesus nos envia para a missão em todo o orbe. Para anunciar o Evangelho, temos que ser testemunhas, com palavras e obras, de que Jesus é o Filho de Deus, o Ressuscitado, e que subiu glorioso aos céus. Em segundo lugar, a pregação nos ensina a clamar por uma nova ordem na criação. Em Jesus Cristo, todas as criaturas foram renovadas, tanto na terra quanto no céu.

Meus queridos irmãos,

A Carta aos Efésios é, provavelmente, um dos exemplares de uma "carta circular" enviada a várias igrejas da Ásia Menor, numa altura em que Paulo está na prisão (em Roma?). Q seu portador é um tal Tíquico. Estamos por volta dos anos 58/60. Alguns vêem nesta carta uma espécie de síntese da teologia paulina, numa altura em que a missão do apóstolo está praticamente terminada no oriente. Em concreto, o texto que nos é proposto aparece na primeira parte da carta e faz parte de uma ação de graças, na qual Paulo agradece a Deus pela fé dos efésios e pela caridade que eles manifestam para com todos os irmãos na fé.

A segunda leitura(Ef 1,17-23) nos ensina que não só a alegria, mas também o amor de Deus, deve ser levado à plenitude em nós, pelo amor fraterno. Para isso, Deus nos dá o Espírito, que continua a obra do Filho, agora exaltado, para permanecermos fiéis ao legado de Cristo, que nos amou até o fim; para conhecermos o sentido decisivo deste amor, nele acreditemos e lhe sejamos fiéis, desta forma, Deus permanece em nós e nós n’Ele.

A comunidade cristã é a continuação da missão e da presença de Jesus no mundo. Os sinais indicados no Evangelho devem ser traduzidos para a realidade de hoje. Não precisam ser milagres, mas devem mostrar a força transformadora de Jesus entre nós. O Divino Mestre, de fato, não se ausenta. Ele terá, daí para frente, um outro tipo de presença, através da ação das comunidades que crêem nele e realizam a sua missão.

Que todos nós, pois, possamos arregaçar as mangas, saindo do comodismo e atendamos pressurosos ao apelo do Senhor que subiu aos Céus: “Ide e Evangelizai”. Amém. Aleluia!

 
 

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