Liturgia Dominical
17º Domingo do Tempo Comum - A
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"Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele que dá forças e poder a seu povo." (cf. Sl 67,6s.-36s.)

Irmãos e Irmãs,

Nos tempos em que a Santa Igreja coloca os pobres no centro da atenção pastoral, resgatando a sua dignidade, atentamo-nos tanto para essa triste realidade de alguns desafortunados que corremos o risco de nos esquecer do exemplo de algumas pessoas ricas, como o caso o rei Salomão, na primeira leitura de hoje 1Rs 3,5.7-12. Ele não pediu a Deus riqueza, e sim sabedoria, isto é, o dom de distinguir entre o bem e o mal (cf. 1Rs 3,5ss). Neste sentido, Salomão prefigura o negociante da parábola da pérola, homem de bem, mas perspicaz: arrisca tudo o que tem num investimento melhor.

A “qualidade” da resposta de Salomão: ele não pede riqueza nem glória, mas pede as aptidões necessárias e a capacidade para cumprir bem a missão que Deus lhe confiou. Salomão aparece aqui como o modelo do homem que sabe escolher as coisas importantes e que não se deixa distrair por valores efémeros. Dizer que a súplica de Salomão “agradou ao Senhor” (vers. 10) é propor aos israelitas que optem pelos valores eternos, duradouros e essenciais.

Meus irmãos e minhas irmãs,

Estamos caminhando no Tempo Comum, refletindo neste domingo a necessidade de procurar viver o seguimento do Senhor (cf. Am 5,6). Nesse sentido, a Liturgia nos leva a refletir da necessidade de nos desfazermos de tudo o que possuímos para adentrar na realização do projeto do Reino de Deus entre nós.
O Reino de Deus para Jesus é tão significativo na vivência do seguimento cristão que tudo aquilo que está ao largo passa a ser considerado “resto”.

O Evangelista São Mateus nos coloca duas parábolas no Evangelho de hoje(cf Mt 13,44-52), em que fala de dois homens, um lavrador e um comerciante, que trabalham, procuram, encontram, compram e vendem... todas essas atividades que as pessoas comuns praticam no quotidiano de suas vidas. O que nos retém, entretanto, na mente em importância sintática são as palavras tesouro e pérola. Tesouro e pérola, numa alusão à sabedoria que é colocada pelo Antigo Testamento, para se aproximar da figura que se tornou realidade, chamada REINO DOS CÉUS.

Irmãos e Irmãs,

Continuamos nossa caminhada de fé estudando e degustando os significados quotidianos da palavra de Jesus que nos chega, pelo terceiro domingo consecutivo, pelas figuras de linguagem presentes nas parábolas descritas no capítulo 13 do Evangelista Mateus. Parábolas que contêm símbolos e comparações. É difícil falar das coisas de Deus em palavras, daí a necessidade de recorrermos tantas vezes a símbolos e comparações, exatamente como fez Jesus.

O Reino dos Céus, da forma como nos expõe o Evangelho deste domingo, refere-se à presença ativa de Deus, embora sempre misteriosa, no mundo e entre as criaturas humanas. Trata-se de um modo de viver, aqui e agora, na presença divina, invisível, mas, de certo modo, sensível por seus sinais.

Devemos que ter presente um comportamento consciente e conseqüente que constrói a vida segundo o modelo da própria vida de Jesus na terra. Os dois homens, ambos da vida de cada dia, ou seja, o agricultor e o comerciante, não fazem nada de extraordinário, concorrendo apenas para encontrar um tesouro ou descobrir uma pérola, porque o Reino de Deus não é um privilégio, mas uma conquista de caridade, de misericórdia e de perdão.

Irmãos e Irmãs,

Jesus coloca que o “Reino dos Céus é um tesouro, que se busca com justiça e santidade”, como algo que provém do Divino Salvador. O Evangelho deste domingo ensina que o Reino de Deus vale mais do que todos os outros bens que um homem possa ter, como terras, carros, propriedades, nomes e sobrenomes famosos. Para se conquistar o Reino de Deus, vale a pena desfazer-se de tudo o que se tem. Não importa se temos muito ou pouco. Importa, entretanto, é que se troque tudo pelo Reino de Deus, deixando tudo que oprime ou escraviza de lado.

O lavrador conseguiu grande alegria porque consegui o Reino dos Céus.

A parábola da pedra preciosa nos é apresentada com o mesmo significado da parábola do tesouro: a procura da graça de Deus, do reino das bem-aventuranças. Por isso, todos nós somos convidados, com insistente pedido, a procurar “o Reino dos Céus em primeiro lugar” (cf. Mt 6,33).  Essa busca é colocada com o mesmo empenho em que o Filho de Deus veio “buscar o que estava perdido” (cf. Lc 19,10), pelo que todos nós somos convidados a lançar as redes mais profundas e voltar nossas ações, pensamentos e atitudes para o Reino das Bem-aventuranças.

Busca difícil!

Mas Deus, que agregou a si até o pecado, perdoando os pecadores, é quem nos dá força para buscar as coisas do Alto, com amor e compreensão. Quanto mais perto da pessoa amada se chega, tanto maior ela se torna. E quanto mais compreendemos um assunto, mais extenso e mais profundo se nos depara. “Estou onde está o meu pensamento – nos diz a Imitação de Cristo – e o meu pensamento, de ordinário, está onde está o que amo” (cf. Livro III cap. 48, 5). Logo, se nos deixamos seduzir pelo amor e a compreensão divinas, estaremos sempre unidos a Deus.

O Reino de Deus tem valor infinito e nenhuma jóia tem algum valor perante a grandiosidade da misericórdia do Reino das Bem-aventuranças. Mas, para alcançarmos essa bem-aventurança, temos que abominar o pecado e acolher o pecador, ter capacidade de desprendimento, de perdão, de solidariedade, de amizade, de recomeçar, de caminhar juntos, de amar e de servir, dentro da dialética do Reino de Deus. Em suma, temos que relativizar todos os bens do mundo e valorizar os bens do Céu, cujo mandamento máximo é o seguinte: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.

A decisão pelo Reino, uma vez tomada, não admite meias tintas, tibiezas, hesitações, jogos duplos. Escolher o Reino não é agradar a Deus e ao diabo, pactuar com realidades que mutuamente se excluem; mas é optar radicalmente por Deus e pelos valores do Evangelho. A minha opção pelo Reino é uma opção radical, sincera, que não pactua com desvios, com hipocrisias e incoerências?

Irmãos e Irmãs,

Observando a Segunda Leitura desta Celebração(cf. Rm 8.28-30), encontramos um dos textos maiores da Carta aos Romanos. Mostra-nos Deus que, como um bom empreiteiro, faz todo o necessário para o bem daqueles que O amam, levando a termo a execução de seu “desenho”. De antemão, Ele conheceu os que queria edificar, como um arquiteto tem sua obra na cabeça; Ele os projetou conforme o protótipo: Jesus mesmo, seu filho querido, com quem ele gostaria que todos se assemelhassem.

E aos que assim planejou, também os escolheu, os justificou e, arrematando sua obra, os glorificou. Como bom empreiteiro, Deus faz tudo o que for preciso para arrematar a salvação naqueles que se dispõem para ela. E, mais ainda, como conhece o coração de cada um, Ele também perscruta os que se prestam à salvação e os que não se dispõem a participar de sua obra de misericórdia.

Quem optar por acentuar a linha escatológica desta Liturgia, nunca se esqueça que nenhum bem terreno deve impedir o nosso desejo de salvação. A alegria do Reino poderá não ser a alegria que o mundo propõe. Entrar no Reino dos Céus nos faz lembrar as palavras de Santa Paulina: “Há anos não gozo tanta paz como agora, embora o Senhor mande sempre alguma coisa para sofrer, como a sujeição nos ofícios etc, mas tudo é suavizado pela caridade. Enfim, Deus seja bendito em todas as coisas”.

Investir no Reino de Deus é amar, servir e perdoar, do contrário nos espera o Reino das Trevas....

 
 

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