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Há diferenças entre análise e confissão?
Por: DOM ALOÍSIO ROQUE OPPERMANN
SCJ ARCEBISPO DE UBERABA, MG
 
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Longe de nós qualquer menosprezo para com os modernos recursos da psicologia e da psicanálise. O ser humano pode ser ajudado por um bom profissional, para se livrar de seus temores, das inclinações inaceitáveis pela sociedade, ou de tendências paralisantes de sua personalidade.

A análise, no entanto, não perdoa nada a ninguém, mas explica, e dá condições de a pessoa administrar suas tendências mórbidas. Ela consegue esclarecer a origem das neuroses, abordando o inconsciente. Mas é o homem e a mulher mesmos que devem assumir o controle de suas doenças psicológicas, e administrá-las.

No âmbito religioso, nós cristãos sabemos, que Cristo é o único ser humano, que não conheceu o pecado. Ele veio para expiar os pecados do povo. A Igreja, ao mesmo tempo santa e pecadora, abriga em seu próprio seio os pecadores. Por isso ela é necessitada de purificar-se, numa busca incessante de penitência e conversão.

Todos os membros da Igreja, inclusive os seus ministros, devem reconhecer-se pecadores. No coração de todos, o joio do pecado está misturado ao trigo do evangelho, até o fim dos tempos. “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos” (1 Jo 1, 8).

Todos carecemos de purificação de nossa consciência; de libertação de injustiças que praticamos; de renovação contra as infidelidades praticadas contra a fé, aninhadas no coração. Na análise não existe absolvição. Mas na confissão o perdão é real. “Fomos tornados justos pelo sangue de Cristo” (Rom 5, 9). Aqui não se trata de uma auto-justificação, como querem algumas correntes religiosas. Mas é um dom, nascido do Coração amoroso de Deus.

Ademais, a confissão permanece no chão da realidade consciente. Só é pecado o mal praticado conscientemente. A prática e o uso diuturno desse grande sacramento é esquecido, por muitos fiéis, nestes tempos pós-modernos. Alguns até concordam em fazer uso da análise. Mas a confissão sacramental, grande tesouro deixado por Cristo para a Igreja, está sendo, tranqüilamente, deixado de lado. Por sinal, é bom constatar se você aproveita a graça que Jesus lhe oferece, na força do Espírito Santo, de buscar a sua santificação.



 
 
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