Nós varões todos – penso estar falando pela
maioria – temos dentro de nós o perfil da mulher
perfeita. É a mulher dos sonhos, que encaixa no quadro
de uma vida cheia de ideais e de grandes realizações.
Tem características de um arquétipo motivador.
Mesmo quando elas criticam os homens, elas são benéficas.
Pois nos põem para frente. Sua presença benfazeja
não acontece somente no âmbito familiar, mas também
na pastoral, na literatura, na busca da santidade de vida, e
na educação.
Entretanto, tal sonho, umas tantas vezes se esboroa diante da
dura realidade concreta do cotidiano, que não se afina
ao esperado.
A mãe de Jesus, no entanto, foi a mulher que correspondeu
em plenitude à expectativa da raça humana. Maria
é a “bendita entre todas as mulheres” (Lc
1, 42), mãe que mostrou coragem, por “ficar de
pé junto à cruz” (Lc 21, 36) e ser bendita
“porque acreditou” (Lc 1, 45).
Quero mostrar duas razões que comprovam a sublimidade
dessa filha de Israel, que foi aquinhoada por Deus com favores,
não concedidos a mais ninguém neste mundo.
A primeira é de ordem biológica. A maioria dos
seres vivos é proveniente da confluência do espermatozóide
(masculino), e do óvulo (feminino) da fusão dessas
duas células, cada uma com sua carga genética
específica, nasce um novo ser, parecido, mas diferente
de seus genitores. Jesus, porém, “foi concebido
pelo poder do Espírito Santo” (Lc 1, 35), e não
teve concurso masculino.
Na sua natureza humana, Jesus foi inteiramente, engendrado pela
carga genética de Maria. Por isso Ele deverá ter
sido extremamente parecido com Maria, e herdado o seu jeito,
e suas características.
A segunda razão de sua importância excepcional
é de ordem exemplar. Você já observou que,
contrariamente a toda a humanidade, Jesus nunca pagou tributo
à guerra de gêneros? Jamais de seus lábios
saiu qualquer ensinamento desairoso contra as mulheres. Suas
parábolas nunca trataram as filhas de Deus com desdém.
Mas nos seus ensinamentos elas são apresentadas de maneira
simpática, e até grandiosa.
Nem no trato com as pessoas, Jesus foi grosseiro para com qualquer
mulher. De onde viria isso? É de sua experiência
familiar, onde Ele viu na sua mãe uma mulher extremamente
querida, mas ao mesmo tempo objetiva trabalhadeira, firme e
aberta para a vida em Deus. Foi uma transferência psicológica,
que facilitou a Jesus alçar para uma grande dignidade
todas as mulheres da terra.
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