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Alegria e Exultação
Por: DOM PAULO MENDES PEIXOTO
BISPO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP
www.bispado.org.br
 
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A vida é um dom de Deus. Apesar dos pesares, ela é marcada por momentos de alegria e de exultação. Muitas pessoas não conseguem nem nascer, quanto mais viver. Outros são vitimados pela trágica violência dos tempos modernos. Por isso, quem vive, mesmo com as dificuldades, deve dar graças a Deus.

Celebrar "todos os santos" é ter em conta a dimensão transcendente presente na vida humana. É a capacidade de a pessoa ir além de si mesma e ser bem aventurada por ter realizado uma história na dimensão da perfeição. É fazer as opções de comprometimento com as causas propostas para o caminho da santidade.

Na verdade, exultar e ter alegria, é ser capaz de constante superação de si mesmo. É ir além das próprias mesquinhezas e infidelidades e reconhecer a atitude misericordiosa do Criador. É viver as bem-aventuranças da justiça e da fidelidade, de amor ao próximo, sem falsidade. Está aí o caminho certo da felicidade.

A alegria e a exultação são realidades do momento, mas com implicações de esperança, tendo um presente e um futuro como realização definitiva. O ser humano não é só temporal, terreno e nada mais. Por isso dizemos que a vida é um dom, é uma realidade de Deus e participa de sua infinitude. Ela tem uma eternidade.

Duas forças se contrapõem em relação à vida. Uma querendo destruí-la, e outra, defendê-la. É o dom sendo contraposto pelas forças do mal, ambos presentes no coração e na vida das pessoas. Mas a vida tem que ser sempre nova, porque sustentada pelo amor de Deus. Ela não pode ser minada como tem acontecido na cultura inescrupulosa.

Deus nos ama e nos sustenta na fé, fazendo-nos participantes de sua vida. Está aí a motivação de nossa alegria e exultação testemunhadas na prática de vida daqueles que venceram na história e são proclamados de santos. Que eles nos ajudem a olhar para a nossa caminhada e sair de nossos comodismos.

Não tem como ser alegre numa realidade de injustiças, desigualdades, desamor, exploração, fome e miséria, sendo conivente com tudo isto. O empenho pela perfeição leva ao enfrentamento dessa realidade destruidora da vida.



 
 
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